Punição ainda é rara para pedofilia na internet
No Sul do país, onze integrantes de uma rede de pedofilia na internet, entre eles dois irmãos e servidores públicos, serão julgados por distribuir, divulgar, possuir material pornográfico infantil e também por formação de quadrilha. A rede foi desmontada pela Polícia Civil de Santa Catarina em dezembro de 2009 e todos aguardam o julgamento em […]
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No Sul do país, onze integrantes de uma rede de pedofilia na internet, entre eles dois irmãos e servidores públicos, serão julgados por distribuir, divulgar, possuir material pornográfico infantil e também por formação de quadrilha. A rede foi desmontada pela Polícia Civil de Santa Catarina em dezembro de 2009 e todos aguardam o julgamento em liberdade.
A Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis, apurou que os integrantes dessa rede armazenavam, em e-mails e pen drives, material pornográfico com cenas de sexo entre adultos e crianças. O grupo se comunicava pela internet em lan houses.
Esse caso é apenas um entre muitos que se têm conhecimento no Brasil. A investigação começou porque o dono de uma lan house, em São José, região metropolitana de Florianópolis, viu imagens de um cliente na tela do computador e denunciou à polícia.
O delegado responsável pelo caso, Renato José Hendges, disse que o frequentador da lan house utilizava vários endereços eletrônicos e era integrante de uma rede primária de pedófilos na internet, que atua diretamente no aliciamento de vítimas e na troca de mensagens, fotos e vídeos pornográficos .
Segundo Hendges, as imagens difundidas por meio da rede são chocantes e envolvem crianças entre 5 e 12 anos. “São cenas repugnantes e trágicas. A equipe que investigou o caso precisou passar por uma avaliação psicológica.”
A delegada Sandra Pereira, da Delegacia de Proteção à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de Florianópolis, explica que um dos pedófilos da quadrilha produzia o material com as pessoas mais próximas como, por exemplo, a própria sobrinha. Nos sites de relacionamento, ele se passava por criança ou adolescente e costumava usar uma linguagem familiar para atrair a confiança das vítimas.
Segundo os especialistas, o pedófilo costuma fazer o papel de bom moço, trabalhador, veste-se bem, oferece balas, convida para assistir a filmes e posar para fotografias em sua casa, infiltrando-se desta forma entre as crianças e os adolescentes.
O pai de uma das vítimas da quadrilha de Florianópolis, que pediu para não ser identificado, afirma que o abusador está acima de qualquer suspeita. “Aparentemente, ele é uma pessoa muito boa, trata todo mundo bem, minha mulher, minha família, e é muito querido entre as pessoas da localidade onde mora.”
As comunidades de abusadores pedófilos na internet aumentam a cada dia. Segundo a organização não governamental (ONG) SaferNet, o Brasil está entre os quatro países do mundo com o maior volume de distribuição de imagens e vídeos referentes ao abuso sexual infantil. Em primeiro lugar está a Alemanha, seguida pela Espanha e a Inglaterra.
Em países onde não existe regulamentação, os sites ganham muito dinheiro com a exploração de crianças, de acordo com o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Luiz Henrique Marques Pereira
“Há uma rede comercial por trás disso tudo. Inclusive, tem sites que declaram produzir efetivamente esses vídeos para vender. Vídeos de qualquer natureza, até de uma criança violentada até a morte.”
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