Edson Rodrigues de Souza, 42, enviou uma nota de esclarecimento à mídia estadual relatando sua versão no caso em que é acusado de exercer ilegalmente a profissão de psicologia, após ter supostamente ateado fogo em uma paciente.

No último dia 16 de dezembro o Conselho Regional de Psicologia denunciou Edson por prática ilegal da profissão.  Segundo o boletim de ocorrência Edson teria tido a carteira profissional cassada, após supostamente ter ateado fogo em uma paciente em Anápolis (GO).

Edson se defende, afirmando o caso é inverídico, que teria sido acusado “apenas por interesses, corporativismo, reserva de mercado ou falta de escrúpulos de alguns”. Edson alega que não se manifestou antes por questões éticas e profissionais.

No texto, o profissional ainda acusa as mídias de MS, de o próprio Conselho de tendenciosos.

O Caso

Segundo denúncia do Conselho Regional de Psicologia o profissional Edson Rodrigues de Souza, de 42 anos, estaria exercendo irregularmente a profissão em Campo Grande. Edson teve a carteira profissional cassada após um caso onde teria colocado fogo em uma paciente em Goiás. A carteira profissional do psicólogo foi recolhida dia 20 de setembro deste ano.

Segundo consta no boletim de ocorrência o Conselho Regional teve acesso a pessoas que afirmaram terem sido atendidas por Edson depois da cassação do psicólogo.

Edson atenderia na Escola de Equitação da Acrissul, em Campo Grande. Ainda segundo o boletim Edson teria participado de reportagens como psicólogo, o que não é permitido para quem não tem mais a habilitação na profissão.

Pela lei, o acusado pode responder pelo crime de exercício ilegal de profissão ou atividade. A pena varia de prisão simples, entre 15 dias e 3 meses, porém pode ser aumentada conforme os fatores levantados durante o processo.

O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Campo Grande.

Veja nota na íntegra:

“NOTA DE ESCLARECIMENTO

Nos últimos dias foram divulgados reportagens, nos sites de notícias e jornais, com alegações e fatos inverídicos, manifestamente tendenciosos, reportados ao episódio ocorrido na clínica em Anápolis-GO.

Desde então permaneci calado por questão de ética e profissionalismo.

Entretanto, considerando a conduta de algumas pessoas e profissionais de Campo Grande, sou obrigado a me manifestar, apresentando minha versão sobre os fatos:

1. Como psicólogo protegi minha paciente, silenciando quanto a doença mental acometida;

2. não ateei fogo na paciente, como divulgado nos textos e matérias jornalísticas;

3. as reportagens foram divulgadas sem minha oitiva, o que no mínimo demonstra a falta de seriedade desses jornais;

4. inexiste condenação judicial no processo de Anápolis- GO;

5. oficiei o presidente do Conselho Regional de Psicologia no dia 02 de dezembro, informando inclusive sobre minhas atividades de terapeuta, bem como apresentando número do registro do Conselho Regional de Terapeuta, comprovando minha regularidade e legalidade no exercício da profissão;

6. embora cientificado, o Presidente do Conselho Regional de Psicologia formalizou boletim de ocorrência contra mim por exercício ilegal de profissão ou atividade, nos termos do art. 47 da Lei de Contravenções Penais, numa clara demonstração de má-fe;

7. Jamais pratiquei ou exerci ilegalmente atividade profissional uma vez que atuo como terapeuta/psicopedagogo, conferido pelo Conselho de Terapeuta Holísticos, registrado sob o número 45977, conforme publicação n. 55, de 21 de março de 1997, seção I, p. 5678;

8. Fui condenado pela mídia, tive minha vida devassada, venho sendo perseguido sem jamais ter sido condenado por juiz ou tribunal, apenas por interesses, corporativismo, reserva de mercado ou falta de escrúpulos de alguns!

9. Gostaria que aqueles que me atacam se lembrassem do caso da Escola Base em São Paulo, onde seus donos foram acusados de terem abusado de crianças. Passados dez anos, restou comprovado que tais fatos jamais ocorreram! Todavia, a exposição midiática trouxe conseqüências para esses profissionais, tais como: fechamento da escola por perda de alunos; ruína pessoal e desagregação familiar. Aqueles profissionais eram inocentes, mas tiveram sua reputação comprometida, o nome enxovalhado e jamais recuperam do trauma e da devastação sofrida em suas vidas.

10. Por tais razões contratei escritório de advocacia para agir em defesa de meus interesses, a fim de evitar o mesmo final trágico do caso Escola Base.”