Próximos governantes terão de enfrentar problemas ambientais

Os 135 milhões de brasileiros que vão às urnas hoje (3) têm nas mãos a maior biodiversidade do planeta e a responsabilidade de escolher governantes preocupados com a temática. Entre os principais desafios brasileiros estão: reverter a derrubada de florestas, garantir meio ambiente saudável nas grandes cidades e aliar crescimento econômico com preservação. Principal vitrine […]

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Os 135 milhões de brasileiros que vão às urnas hoje (3) têm nas mãos a maior biodiversidade do planeta e a responsabilidade de escolher governantes preocupados com a temática. Entre os principais desafios brasileiros estão: reverter a derrubada de florestas, garantir meio ambiente saudável nas grandes cidades e aliar crescimento econômico com preservação.

Principal vitrine natural do país, a Amazônia já perdeu mais de 15% da cobertura florestal original. Em 2009, a taxa anual de desmatamento da região, medida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi a menor dos últimos 20 anos, o que ainda representou 7,4 mil quilômetros quadrados (km²) de floresta derrubada em 12 meses.

No Cerrado, a situação é mais crítica. O bioma já perdeu quase metade de sua vegetação original, principalmente para dar espaço à formação de pastos, áreas agrícolas e produção de carvão. Por ano, o Cerrado perde 14 mil km² de cobertura nativa, segundo cálculo do Ministério do Meio Ambiente.

Os números mais recentes do desmatamento na Caatinga mostram que 45% do bioma já foi derrubado. Apenas entre 2002 e 2008, a região perdeu 16,5 mil km², área equivalente a metade do estado de Alagoas.

No Sul, o Pampa também está ameaçado, e atualmente está reduzido a 46% de sua área original, com 95 mil km² de vegetação derrubados até 2008, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

Fora das florestas, os números também apontam desafios ambientais compatíveis com o tamanho do país. Depois de quase 20 anos em tramitação no Congresso Nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos terá agora que ser implementada.

Com a sanção da lei, o Brasil passou a ter um marco regulatório na área de resíduos sólidos. O texto prevê mecanismos para reverter, por exemplo, o baixo nível de coleta seletiva no país – apenas 8% dos municípios brasileiros têm o serviço – e a má destinação do lixo.

Nas negociações ambientais internacionais, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil tem o desafio de conseguir ser um dos mediadores entre os países ricos e os pares emergentes para garantir a preservação da biodiversidade e, em outra frente, tentar chegar a um novo acordo sobre redução de emissões de gases de efeito estufa.

Na Convenção sobre Biodiversidade Biológica (CDB), o Brasil vai se juntar aos países signatários ainda este mês em Nagoya, no Japão, para tentar repactuar a meta de reduzir a perda de biodiversidade do planeta nos próximos anos.

Na rodada mais recente da negociação climática, em dezembro de 2009, em Copenhague, o país assumiu internacionalmente a meta de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões nacionais de gases de efeito estufa até 2020. Também tentou uma negociação paralela para salvar a reunião do fracasso total. No entanto, o resultado final do encontro foi apenas um acordo informal e sem compromissos vinculantes.

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