O último dia de julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar Isabella Nardoni, começou com o debate entre a promotoria e a defesa. Durante a manhã, o promotor Francisco Cembranelli apresentou seus argumentos para pedir a condenação do casal.

Por duas horas e meia, Cembranelli mostrou convicção nas acusações e chegou a emocionar os presentes em alguns momentos. O promotor mostrou uma cronologia com os acontecimentos da noite de 29 de março de 2008, data da morte da menina Isabella.

Na linha do tempo apresentada, Cembranelli mostrou os horários das ligações de Alexandre Nardoni logo após o ocorrido. Segundo documento apresentado, Nardoni ligou para o pai, depois para o sogro e só então ligou para Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella. No entanto, o acusado não ligou para nenhum serviço de emergência. “Não liguei porque estava em estado de choque”, disse Alexandre ao ser questionado pelo promotor.

Ainda em sua argumentação, a promotoria se preocupou em provar que Alexandre e Anna Jatobá estavam dentro do apartamento no momento em que a menina Isabella foi lançada da janela.

Após o recesso do almoço, a defesa terá também duas horas e trinta minutos para se defender das acusações. Depois, a promotoria pode pedir direito a réplica e a defesa pode responder. Só então, após o fim de réplicas e tréplicas, os jurados se reúnem para tomar a decisão e informá-la ao juiz.

Família Oliveira

No último dia de julgamento, a mãe de Isabella não esteve presente no plenário. Ela estava isolada até ontem e, com sinais de estresse agudo, teve que ser medicada. No entanto, os pais de Ana Carolina estiveram presentes e, assim como muitos no fórum, se emocionaram durante a argumentação da promotoria.

Apoio popular

Durante todo o julgamento ficou claro que a população espera que Alexandre e Anna Jatobá sejam condenados. Cartazes e palavras de apoio aos promotores e à família de Ana Carolina Oliveira eram vistos e ouvidos do lado de fora do tribunal. As manifestações se intensificavam quando familiares e advogados dos Nardoni chegavam ao local. Logo que apareciam, eram recebidos às vaias e aos gritos de “assassino”.

Hoje, o policiamento teve que ser reforçado para evitar tumultos maiores. A medida foi tomada depois da noite de ontem, quando alguns populares tentaram invadir o prédio. O tumulto foi controlado rapidamente e ninguém foi detido.