O promotor Francisco Cembranelli aproveitou o horário destinado à réplica dos debates nesta sexta-feira, quinto dia de júri do casal Nardoni, para rebater a defesa de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá e chamou o casal de mentiroso. Ele encerrou a acusação às 19h45 e, em seguida, o advogado Roberto Podval terá mais duas horas para sustentar a defesa do casal.

Na primeira fase dos debates, o advogado sustentou falhas na perícia para defender o casal, acusado de matar a menina Isabella há dois anos.

Para o promotor, o advogado não conseguiu descartar a asfixia em Isabella, que, de acordo com ele, foi comprovada. Cembranelli foi questionado pelo advogado sobre as provas que apontavam a madrasta como responsável, e o promotor atribuiu ao “histórico de violência” de Anna Jatobá.

Ao rebater as supostas falhas na perícia apontadas pelo advogado, Cembranelli disse que era irrelevante a perícia em um fio de cabelo encontrado entre os objetos apreendidos na cena do crime. O mesmo argumento foi usado por ele para explicar a ausência de exame nas unhas do casal –que poderiam comprovar a asfixia.

“Fica fácil vir aqui e ridicularizar o doutor Paulo Tieppo, autor do laudo da morte de Isabella.

Para o promotor, os réus são “dois mentirosos”. Para justificar, ele mostrou fotos que mostram o quarto de Isabella e dos irmãos após o crime. Segundo ele, a imagem mostra a cama da menina arrumada, contrariando a versão de que a menina havia sido colocada no local pelo pai.

A série de TV “Criminal Minds” foi citada durante a réplica da acusação. O promotor, mostrando fotos dos quartos do apartamento do casal Nardoni, disse que nos há uma equipe do FBI que usa cenas de crime para fazer uma análise do comportamento dos envolvidos, assim como a da TV. Para a acusação, o fato de a cama de Isabella estar com o edredom revirado, duas bonecas, e uma folha de caderno em cima, mostra que Alexandre mentiu quando disse que colocou a menina na cama no dia do crime.

“Se os senhores os absolverem terão de acreditar na versão dos réus”, disse o promotor aos jurados. “A defesa trabalha com a dúvida, e os senhores devem ter cuidado com isso”, afirmou, apontando ao conselho de sentença.

Durante a réplica, o promotor opôs a e a madrasta de Isabella. Anna Jatobá foi classificada como uma pessoa agressiva, que estava sob pressão e era ciumenta. “Jatotá era um barril de pólvora prestes a explodir”, disse.