Serão debatidos em audiência pública na próxima quinta-feira (23) os prejuízos nas lavouras do Estado causados pelos javalis, além do crescimento desordenado da população do animal, considerado uma espécie invasora e nociva às florestas nativas, aos seres humanos e ao meio ambiente.

A audiência acontece às 14h, na Assembleia Legislativa da Capital, e é um desdobramento das discussões realizadas pela Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul) no último dia 10, no município de Rio Brilhante, região mais atingida pelos ataques.

Participam do encontro a Secretaria de Produção (Seprotur), Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), sindicatos e produtores rurais.

A expectativa é que da audiência saiam soluções para amenizar o problema causado pelo javali, tendo em vista que seu abate é proibido pelos órgãos ambientais.

Prejuízo

De acordo com a Famasul, somente nesta colheita em Rio Brilhante, foram registradas perdas de R$ 1 milhão. O prejuízo maior é nas plantações de milho safrinha.

Além da procriação rápida, sabe-se que os javalis cruzam com outras espécies de porcos, aumentando significativamente a população de animais selvagens.

Matança proibida

No dia 18 de agosto, o Ibama proibiu a matança de javalis, antes autorizada para controle populacional da espécie. A normativa considera, no entanto, que em caso de emergência ou de forma circunstancial, possa haver autorização para a caça destes animais para preservar as colheitas.

Um grupo de trabalho definiu propostas alternativas que permitam melhorar a eficácia do controle e minimizar o impacto destes animais, considerados exóticos.

Com a nova norma, está revogada uma lei que autorizava o controle da população de javalis, que eram capturados ou abatidos sem que as autoridades tivessem qualquer registro.

O mamífero, o mais conhecido das espécies de porcos selvagens, foi trazido da Europa nos anos 90 para a criação em cativeiro na Argentina e Uruguai, escapou ao controle e causa danos às plantações. Após ingressar pelo Rio Grande do Sul, avançou progressivamente pelo Brasil.