Ao Midiamax pacientes pedem mais atenção do poder público em uma das regiões mais urbanizadas de Campo Grande

A insatisfação dos pacientes que buscam por atendimento médico no Centro Regional de Saúde Doutor Marcílio de Oliveira Lima, Moreninha III, é relatada por muitas pessoas que dependem da unidade de saúde.

Para conseguirem atendimento pela manhã as pessoas devem chegar bem cedo. “Teve gente que chegou aqui 7h30 e foi atendido às 10h”, conta Sandra Rosa Ferreira, técnica em assistência social, 44 anos. Ela falou com o Midiamax sobre as dificuldades encontradas pelos pacientes da região, onde moram pelo menos cem mil habitantes.

Ao chegar ao posto de saúde o paciente passa por um pré-atendimento antes de fazer a consulta com um médico. Como a demanda é grande, as pessoas acabam esperando mais de uma hora para ser atendido.

São poucos bancos de concreto para acomodar tanta gente. Muitas pessoas têm que esperar em pé. Elas vão se acomodando da forma que podem e até o local usado para guardar bicicletas acaba servindo de assento.

Eurinalda Maria de Jesus, depiladora, 62 anos, é hipertensa e reclama do atendimento do posto de saúde. “Ultimamente está uma droga. Queremos um atendimento decente.

A dona-de-casa Maria Risse Trindade, 48 anos é outra que reclama do descaso no atendimento. “Que o atendimento está péssimo, isso nós sabemos. O pior é querer colocar polícia em vez de colocar médico”.

A equipe do Midiamax tentou entrevistar a diretora administrativa do posto de saúde, Janaína Marques. Porém, ela não quis falar. “Peço que você entre em contato com a Sesau, somente lá você pode obter as informações que procura”, diz a diretora ao ser questionada sobre a falta de pediatras no posto.

Médicos

“Os postos precisam de médicos e não de policias! Lugar de polícia é na rua”, diz Sandra indignada em relação ao policiamento que começa a ser reforçado nos postos de saúde com rondas da Polícia Militar.

“Em vez de ampliar os postos primeiro eles deveriam melhorar o atendimento, colocar mais médicos para trabalhar e dar condições melhores de trabalho para esses profissionais, pois, não é o funcionário que não quer fazer, ele não tem condições de fazer nada, a situação está cada vez pior”.

Dengue

Ao conversar com pacientes que aguardavam para ser atendidos ontem à tarde pôde-se perceber que a maioria apresentava sintomas suspeito de dengue.

Florência Arce Lesmo, 48 anos, levou a filha Sabrina, de 13 anos, para ser consultada ontem pela manhã, com suspeita de dengue. “Atenderam minha filha, fizeram exame e me pediram para voltar na parte da tarde. Quando voltei de tarde fiquei um tempão esperando. Minha filha começou a passar mal e eu ameacei a chamar a polícia caso ela não fosse atendida imediatamente. Se a gente vem aqui é porque precisa”, finaliza indignada Florência Lesmo. Ela pediu para dar o depoimento ao Midiamax.

Passando mal, João Alberto de Albuquerque, vendedor, 52 anos, diz que fez o exame de sangue, pois estava com suspeita de dengue, mas que o posto perdeu o resultado e teve que fazer outro. “Fiz o exame sábado de manhã e me pediram para buscar sábado de noite, não encontraram meu resultado até hoje e me pediram para fazer o exame novamente”, relata Albuquerque.

“A população das Moreninhas pede socorro, não queremos que venham aqui daqui seis meses para pedir voto, queremos que nosso problema seja solucionado”, finaliza Rosa.