Políticos de Dourados reclamam do tempo na penitenciária e contam com liberdade na quinta

A reportagem do Midiamax esteve com Carlinhos Cantor e com os vereadores Junior Teixeira, Marcelo Hall, Edvaldo Moreira e Sidlei Alves, presos na penitenciária de Dourados há quase dois meses

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A reportagem do Midiamax esteve com Carlinhos Cantor e com os vereadores Junior Teixeira, Marcelo Hall, Edvaldo Moreira e Sidlei Alves, presos na penitenciária de Dourados há quase dois meses

“O tempo cavalga lentamente como se não fizesse conta da nossa ansiedade”. Foi desta forma que o vice-prefeito de Dourados, Carlos Roberto Assis Bernardes, o Carlinhos Cantor se expressou para falar como tem sido os mais de cinquenta dias presos na Penitenciária Harry Amorim Costa.

O vice de Artuzi foi preso com mais 27 pessoas na operação Uragano, da Polícia Federal, que levou para cadeia a cúpula política da segunda maior cidade sul-mato-grossense por corrupção.

Carlinhos ganhou o apelido de Cantor ainda na adolescência quando cantava nos barzinhos de Dourados sucessos da MPB (Música Popular Brasileira) e participava de festivais de música como o FEMPOP (Festibul Estudandil de Música Popular).

Com uma facilidade natural para compor versos, cunhar frases e compor suas próprias canções, Carlinhos soltou naturalmente a frase acerca do tempo ao fazer uma alusão a música “O Tempo Não Pára” de Cazuza o mais rebelde dos rebeldes da década de 1980.

Ao contrário do que diz Cazuza, para Cantor no cárcere o tempo anda, mas bem lentamente. Segundo ele, ansiedade é muito grande por um desfecho para o caso.

A expectativa de Cantor com relação a esta quinta-feira quando o Tribunal de Justiça  deve decidir sobre a soltura dele e dos vereadores Junior Teixeira, Marcelo Hall, Edvaldo Moreira e Sidlei Alves que habitam a penitenciária de Dourados há quase dois meses.

Também será julgado o pedido de liberdade de Maria Artuzi que está presa no Presídio Semi Aberto Feminino de Dourados

Carlinhos disse que a possibilidade de liberdade é o que alimenta os dias em que passa encarcerado. O vice-prefeito diz que ainda quer se defender de todas as acusações. Ele garante que as prisões têm cunho político e acha que a Câmara estaria atropelando a própria Lei Orgânica com relação à linha de sucessão.

Na tarde desta terça-feira (19) Cantor e os demais vereadores receberam a notícia da decisão do Tribunal de Justiça que manteve Arti Artuzi preso através de amigos e familiares que lhe visitavam.

A reportagem do Midiamax conseguiu autorizaçao para visitar os presos da Uragano e durante mais de duas horas ouviu os vereadores, e o vice presos. Cantor mostrou-se um sujeito sublimado. Marcelão e Junior Teixeira, num clima de serenidade de tranquilidade, receberam suas esposas e pouco falaram apesar de também alegar que esperam a liberdade para se defender das acusações de forma mais efetiva.

O vereador Sidlei Alves é o mais abatido. Bem magro, se emociona ao falar dos dias em que passou na prisão. Sidlei sente necessidade de falar sobre os fatos que culminaram com a Uragano enquanto que o enfermeiro Edvaldo Moreira, totalmente resignado, fica taciturno.

A tarde de terça-feira para os cinco políticos presos que se consideram “presos políticos” foi um pouco mais amena com a visita de seus familiares. Cantor e Marcelo Hall recebiam o carinho de suas esposas. Junior Teixeira estava entre a mãe e sua mulher. Sidlei estava rodeado de amigos que lhe trouxeram frutas e confeitos.

O encontro aconteceu na Capela do presidio e num clima alegre Edvaldo Moreira recebeu a esposa e seus três filhos que lhe trouxeram um bolo de chocolate branco para comemorar em família o seu quadragésimo aniversário. A guloseima foi servida a todos sem o acompanhamento do tradicional refrigerante.

A decisão do TJ acerca da prisão de Artuzi deixou apreensivo Cantor e também os vereadores que temem por uma repetiçao decisão similar a dada a Artuzi na sessão os desembargadores que acontecerá nesta quinta.

Enquanto não saem da prisão os cinco refletem sobre os fatos e tentam imaginar como serão os dias fora da cadeia com o enfrentamento público da situação na qual estão implicados.

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