PMs desabrigam 33 famílias que haviam invadido residencial em Campo Grande
Famílias ocupavam antes da invasão barracos no bairro Nova Lima; grande parte dos desabrigados disse que não tem para onde ir
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Famílias ocupavam antes da invasão barracos no bairro Nova Lima; grande parte dos desabrigados disse que não tem para onde ir
Por determinação judicial ao menos 40 homens da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) despejaram nesta manhã 33 famílias que haviam ocupado há um mês e meio as casas do residencial Iguatemi, situado na região do bairro Nova Lima, norte de Campo Grande, saída de Cuiabá.
No local foram construídas 123 unidades habitacionais, já ocupadas. Os invasores habitavam as casas das famílias sorteadas que ainda não haviam se mudado para lá.
A distribuição das unidades é coordenada pela Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul) e as construções foram erguidas por meio de uma parceria firmada entre o Estado, o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal.
A desocupação começou logo pela manhã, quando houve reação das famílias, mas a situação foi logo contornada. Os PMs carregam consigo cães treinados. Não houve confronto.
As famílias que ali se alojaram habitavam antes barracos montados em terrenos vazios, aos arredores do bairro Nova Lima.
O assessor jurídico da Agehab, Marco Antônio, disse que as famílias já haviam sido avisadas do despejo.
Já uma das desabrigadas, Tanizia Araújo do Nascimento, 22, garantiu que recebeu ontem a visita de um oficial de Justiça que teria dito a ela que o prazo do despejo se expiraria em dez dias.
Tanizia ocupava um das casas com o marido e duas crianças pequenas. Ela disse que não tem para onde ir.
A Agehab mandou para o local dois caminhões que podem ser usados no transporte dos móveis dos despejados. Ocorre que algumas famílias recusaram o serviço e puseram seus pertences em frente às casas. Tanizia é uma delas.
Os caminhões levam os móveis até o local indicado pelos moradores. Se as famílias não tiverem onde guardar os pertences, os materiais podem ser conduzidos para o prédio do Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante). Essa opção também tem sido recusada.
Tanizia, que está desempregada, disse que alguns moradores sorteados já estariam negociando suas casas. Grande parte dos invasores disse que fizeram inscrições “há anos” na Agehab, mas não foi sorteada.
Marco Antônio, o assessor jurídico da Agehab, informou que muitas famílias realmente procuraram o órgão, fizeram as inscrições, mas não “atualizaram as documentações”.
O assessor disse ainda que o déficit habitacional em MS afeta em torno de 80 mil famílias.
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