O ano já começou movimentado no setor, as reservas estão programadas, às vezes, com vários meses de antecedência. Para receber bem os turistas, os barcos passaram por reformas que vão desde reparos nos cascos até troca da pintura dos cômodos. Depois de tudo pronto, começa a “alta temporada” de pesca e termina em novembro deste ano. A expectativa é que 2010 supere o ano anterior que já tinha sido muito bom para quem trabalha com o turismo pesqueiro em Corumbá. “A procura está razoável, bem parecida com a do ano passado, mas com pelo menos 10% de aumento. Muitos vêm durante o Carnaval, para aproveitar o feriado”, disse o presidente da Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo, Geraldo dos Santos Veríssimo Júnior.

A empresária, Daniela Hipólito de Souza, tem um barco com capacidade para comportar 30 turistas, sem contar a tripulação. Na próxima segunda-feira, um grupo de Minas Gerais chega ao município para pescar em águas pantaneiras. “Nós começamos o ano com uma energia boa, o pessoal está ligando fazendo reservas e pré-bloqueios”, comemorou. Apesar da Copa do Mundo, que vai começar em 11 de junho na África do Sul, a procura no período não demonstra queda. “Já temos reservas para os meses de junho e julho, é a época que os turistas mais demonstram interesse”, afirmou a proprietária da empresa, no ramo há 30 anos.

Segundo Daniela está acontecendo uma mudança no perfil de quem vem até o pantanal sul-mato-grossense. Antes era procurado, na maioria, por homens, agora eles estão trazendo filhos e também as esposas. “Nós colocamos um SPA dentro do barco para dar mais conforto ao público feminino. Antes, a mulher pensava que no pantanal só tinha mosquito e a mentalidade está mudando. Tem que se aventurar pelo menos uma vez num barco hotel para ter este contato com a natureza, fazer uma higiene mental”, frisou ao Diário.

“Não tem telefone e filhos. O turismo de pesca é para relaxar não é de massa como a praia, por exemplo”, lembrou Daniela ao comentar também que as mulheres têm sorte na hora da fisgada. Tranquilidade é o que muitos visitantes estão procurando nos rios pantaneiros. Para os empresários do setor, o foco está mudando. “Passou a época de turismo extrativista, de só levar a maior quantidade possível de peixe. Hoje, eles querem um exemplar no máximo”, salientou. Os pólos emissores de visitantes estão concentrados, em sua maioria, em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, estados da região Sul e alguns do Nordeste.

Piracema

A piracema começou no dia 05 de novembro, somente está disponível a captura como forma de subsistência para pescador artesanal ou população ribeirinha, neste caso apenas 3kg ou 1 exemplar. A partir do dia 1º de fevereiro, os pescadores esportivos precisam ter licença de pesca e não podem ficar com os peixes capturados que devem ser devolvidos ao rio independente do estado que se encontrem. Quem for pego com peixes em embarcações pela Polícia Militar Ambiental recebe multa e tem os materiais apreendidos, além de responder por crime ambiental.