Periferia debate alternativas para redução da violência no Rio

Como as favelas e os bairros do Rio estão se articulando em busca de saídas para superar a violência e possibilitar a união entre os diversos territórios que compõem a cidade? As melhores iniciativas de promoção da paz e de geração de trabalho, renda e desenvolvimento sustentável na periferia carioca estarão no centro das discussões […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Como as favelas e os bairros do Rio estão se articulando em busca de saídas para superar a violência e possibilitar a união entre os diversos territórios que compõem a cidade? As melhores iniciativas de promoção da paz e de geração de trabalho, renda e desenvolvimento sustentável na periferia carioca estarão no centro das discussões da 9ª Expo Brasil Desenvolvimento Local, que acontece de 1º a 3 de dezembro no Centro de Convenções SulAmérica (Av. Paulo de Frontin, nº. 01, esquina com Av. Presidente Vargas), na Cidade Nova.

Em apresentação marcada para sexta-feira (03/12), o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, Ricardo Henriques, vai refazer os passos dados até agora pela UPP Social. Lançado em agosto e já presente nas comunidades do Borel, da Providência e de Cidade de Deus, o modelo de gestão tem como eixo principal a consolidação da paz e o desenvolvimento econômico e social, com foco na promoção da inclusão e da integração. O objetivo é instalar o projeto em todas as áreas ocupadas pelas UPPs – são 13 atualmente.

Na quarta-feira (1º de dezembro), vai ser realizado o painel “PAC Favelas: Agora por nós mesmos”, um diálogo entre a sociedade civil e órgãos púbicos para definir orientações sobre a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ideia, aqui, é consolidar um canal permanente de interação entre a favela e o governo, visando o aprimoramento das políticas públicas.

O debate vai reunir as lideranças comunitárias de cinco territórios – Manguinhos, Colônia Juliano Moreira, Rocinha, Complexo do Alemão e Pavão-Pavãozinho – e representantes do Ministério das Cidades, do governo do Estado, da Prefeitura do Rio e da Caixa Econômica Federal.

Durante a 9ª Expo Brasil, será possível conhecer outras iniciativas igualmente desafiadoras que estão transformando a realidade das comunidades, apostando na inovação e na sustentabilidade. O painel “Museus de Território & Memória Social”, na tarde de quarta-feira (1º/12), vai reunir seis experiências de construção e proteção da memória individual e coletiva de comunidades do Rio. Três delas estão focadas na organização de museus populares no Complexo da Maré, na área do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo e em Santa Cruz, apoiados pela Prefeitura, por meio da Coordenadoria de Museus da Cidade do Rio.

Chamados de museus vivos, eles fazem parte de uma nova tipologia, que reúne, em seu acervo, não só os bens materiais, mas também os modos específicos de cada comunidade lidar com o ambiente que a cerca, considerando, inclusive suas manifestações culturais. Para além da valorização da história local, ele traz ainda na sua origem a preocupação de ser um propulsor do desenvolvimento do território onde está inserido.

Outro projeto que busca consolidar o crescimento econômico e social dentro das comunidades cariocas é o Favelas Fashion Rio, formada por nove grupos de profissionais da área. Com representantes de comunidades como Santa Marta, Cidade de Deus e Santa Cruz, o coletivo quer reforçar as marcas locais, aumentando as possibilidades de negócios dos empreendedores. Para isso, vão realizar um desfile durante a Expo Brasil, no dia 2, e querem vê-lo transformado em um evento anual dentro do calendário carioca de moda. No mesmo dia, o escritor, cineasta e diretor Marcus Vinicius Faustini vai apresentar o painel “Território e poder: a palavra da periferia”, mostrando que a favela é um território de potência, inclusive nas manifestações literárias.

A Expo Brasil também será palco do lançamento do Programa RioEcosol, da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico Solidário, às 9h30 do dia 2, com palestra do titular da Secretaria Nacional de Economia Solidária, Paul Singer. A iniciativa da Prefeitura do Rio, a ser efetivada no Complexo do Alemão, Manguinhos, Cidade de Deus e Santa Marta, prevê um orçamento de R$ 8 milhões para investimento em ações como o levantamento de práticas econômicas, a promoção de oficinas e a abertura do primeiro banco comunitário carioca, em Cidade de Deus.

Conteúdos relacionados