Militares bolivianos estariam cobrando pedágio para liberar o acesso de embarcações brasileiras à Baía Mandioré, que fica no extremo norte do Pantanal corumbaense, numa região de fronteira daquele país com o Brasil. A é do vereador Marcos de Souza Martins (PT) e foi encaminhada para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Ele mesmo esteve no local e foi cobrado pelos bolivianos.

Militares bolivianos estariam cobrando pedágio para liberar o acesso de embarcações brasileiras à Baía Mandioré, que fica no extremo norte do Pantanal corumbaense, numa região de fronteira daquele país com o Brasil. A denúncia é do vereador Marcos de Souza Martins (PT) e foi encaminhada para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Ele mesmo esteve no local e foi cobrado pelos bolivianos.

“Fui à região e constatei a cobrança de 20 reais por pessoa. Ou paga ou não entra. Se tentar entrar sem pagar esse pedágio, as forças de fogo são usadas”, disse Martins a este Diário relatando que os militares daquele destacamento atiram em quem desrespeitar a ordem de pagamento dada por eles. O parlamentar contou que empresários de três embarcações lhe relataram terem sido alvos de .

Embora a Baía Mandioré seja compartilhada por Brasil e Bolívia, no entendimento do parlamentar, a área é de “águas internacionais” e a cobrança não deveria acontecer. “O que mais preocupa é que estamos falando de soberania nacional. O Brasil é um país extenso, com imensas fronteiras por rios. Essa questão na Mandioré agride a soberania nacional”, afirmou. Macos Martins considera algo descabido o “pedágio não legalizado” que obriga os brasileiros, e suas respectivas embarcações, pagar para entrar numa área que é do seu país de origem.

Depois de ser vítima da cobrança, o vereador também apresentou a denúncia numa sessão do Legislativo corumbaense para que o caso seja apresentado formalmente para a Marinha; Exército e também para a Polícia Federal. As bancadas sul-mato-grossenses na Câmara Federal e no Senado também serão informadas sobre a situação.

Mesmo acreditando que a iniciativa seja um gesto isolado daquele destacamento militar da Bolívia – que não foi identificado a qual Força Armada pertence – as providência solicitadas ao Ministério das Relações Exteriores dizem respeito à atuação junto ao Governo Boliviano “para que a cobrança seja realmente cessada”, declarou Marcos Martins.

A cobrança é exigida na ligação do canal denominado Bonfim a parte mais profunda da baía, onde fica o destacamento. Sem o pagamento o barco não tem acesso ao lado brasileiro da Mandioré, que circunda a Serra do Amolar, dentro do município de Corumbá. A Mandioré, uma das maiores baías do Pantanal, situa-se do lado do Brasil, e as embarcações apenas usam o trecho mais profundo do Bonfim para navegar em suas águas obedecendo ao marco da fronteira.