A oposição definirá em breve um elenco de proposições que pretende apresentar à presidente eleita, Dilma Rousseff. Segundo o senador José Agripino Maia (DEM-RN), tais propostas dizem respeito a atitudes que precisam ser tomadas “para o bem da democracia e do país”.

Nesse momento, disse ele, é que a oposição poderá medir se há “sinceridade” nas palavras de Dilma, que afirmou, ontem, estar “de mãos estendidas” para conversar com o DEM e o PSDB.

O democrata acrescentou que o tratamento dispensado aos dez governadores eleitos pelos dois partidos será um ponto a ser considerado na relação com o Executivo. “O gesto das mãos estendidas vai começar a ser avaliado a partir da postura do governo federal com relação aos governadores de oposição.”

Já o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) apontou a possibilidade de formação de um novo núcleo de oposição pelos governadores tucanos eleitos em torno do senador eleito por Minas Gerais Aécio Neves (MG), que tem um perfil mais conciliador na forma de agir. Isso, entretanto, destoaria da forma combativa com que a oposição precisa se comportar no Congresso, afirmou Fruet.

Ele reconheceu que os opositores ao governo federal perderam toda a sua força e terão que “ter inteligência” para encontrar um caminho que lhes dê mais musculatura nas duas Casas. Com o quadro surgido na eleição de ontem (31), o tucano ressaltou que o DEM e o PSDB perderam qualquer possibilidade de criar comissões parlamentares de inquérito ou de barrar a votação de matérias tanto na Câmara quanto no Senado.

Para o primeiro momento, Fruet considera que o caminho seria a formação de blocos partidários. Da mesma forma que o líder do DEM no Senado, ele considera prematura qualquer conversa em torno de fusões de partidos. “Ainda é cedo, mesmo porque existem questões regionais que são difíceis de serem resolvidas no plano nacional.

O líder do DEM no Senado, Antonio Carlos Júnior (BA), afirmou que, neste momento, não há qualquer conversa entre os partidos de oposição ao governo sobre eventuais fusões. Ele reconheceu que, a partir de fevereiro de 2011, estarão mais vulneráveis que nos oito anos de governo Lula, por causa da redução das bancadas nestas eleições.

Antonio Carlos Júnior não descartou a possibilidade de os partidos oposicionistas analisarem mais adiante a ideia de fusão partidária. “Mais adiante, se for o caso, poderemos verificar se há oportunidade e avaliar qual é o melhor caminho”.