Parada da Diversidade arrasta 7,5 mil no centro da Capital
Dirigentes pediram a homoafetivos que votem em candidatos comprometidos com a causa e cobraram tolerância de religiosos
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Dirigentes pediram a homoafetivos que votem em candidatos comprometidos com a causa e cobraram tolerância de religiosos
Ao menos 7,5 mil pessoas acompanharam a Parada da Diversidade Sexual na tarde de hoje no centro da Capital, segundo estimativa da Polícia Militar. Os dois trios elétricos com artistas e dançarinos percorreram as Ruas 14 de Julho, Cândido Mariano, 13 de Maio e Barão do Rio Branco. Neste momento, os participantes assistem a shows na Praça do Rádio Clube.
A edição deste ano teve como tema “Políticas Públicas: Dever do Estado, Direito Nosso” e foi marcada por um tom político desde a concentração na Praça Ary Coelho. No meio da caminhada, representantes do movimento GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) também cobraram a tolerância de religiosos.
Presidente do Grupo Elos GLBT do Distrito Federal, Evaldo Amorim, pediu aos manifestantes que, nestas eleições, votem em candidatos que sejam aliados à diversidade sexual. “Voto de gay tem poder. Precisamos de representantes que lutem contra a homofobia, contra a violência física e dêem voz à população GLBT”, disse.
Neste ano, o único político que se fez notar na Parada foi o candidato a deputado Estadual e ex-presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, Athayde Nery (PPS). Ele reclamou do fato de a Câmara de Campo Grande ter se recusado a tornar de utilidade pública a ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul). “Enquanto não houver a aprovação estará sobre nós a pecha da intolerância e do preconceito”, defende.
O apelo por tolerância religiosa partiu da presidente da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) Cris Stephani. Por alguns instantes, os trios elétricos pararam em frente a um tempo religioso no percurso e a dirigente pediu respeito. “Todas as vezes que passamos aqui somos alvo de vaias e orações. Também somos filhos de Deus. Quem ama a Deus ama seu próximo”, disse.
Polêmica
Entre os trabalhadores do centro da Capital, a realização da Parada da Diversidade divide opiniões. O mototaxista Ivan Cabreira, 34 anos, por exemplo, discorda da realização do evento. “Acho que tem coisas mais importantes para fazer do que esta parada. Além do mais, isso aí está fora do padrão de Deus”, opina o trabalhador, se queixando ainda que a movimentação na rua reduz a procura por mototaxi.
Já a vendedora Géssica de Souza, 26 anos, discorda. “Não atrapalha o movimento no comércio. Além do mais é um evento que movimenta a cidade e anima a população”, analisa.
Medo de discriminação
Há quatro anos, Alex (nome que ele usa na Parada) de 37 anos participa do evento, mas se esconde, por temer discriminações. “Hoje, mesmo estou usando máscara. Meus patrões sabem que sou homossexual, mas se descobrirem que eu participo da parada podem até me demitir”, relata. “Mesmo assim, continuo com o movimento na luta pela aceitação geral”, completa.
De forma parecida, age a travesti Isabela (nome fictício), 22 anos. “Minha mãe é reliogiosa. Já aceitou minha opção, mas não sabe que eu me exponho assim na parada”, diz ela qu está participando do evento pela terceira vez.
Simpatizantes se divertem
Em busca de diversão, a recepcionista, Jeane Camargo, de 38 anos, juntou as duas filhas e levou a Parada da Diversidade. “Não tenho vergonha de nada. Sinto orgulho de estar aqui. É muito divertido”, conta.
Também heterossexual, o cabeleireiro Silvio da Silva, 40 anos, contou que está participando do evento pela primeira vez. “Eu vim em busca de diversão e animação. Mas, aproveito para pregar a palavra de Deus. Quem sabe estas pessoas retornam ao que eram”, diz.
Na Praça do Rádio, se apresentam no show da diversidade, neste noite, Michele e banda, grupo Fuzuera grupo Fascínio e o DJ Marquinhos Espinosa.
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