Carlos Marques, advogado que defende o prefeito de prefeito de Dourados, Ari Artuzi, preso em Campo Grande, desde o dia 1º, reclama que está havendo manobras por parte da Polícia Federal, do Poder Judiciário e do MPE (Ministério Público Estadual) para manter seu cliente atrás das grades e assim impedir que ele reassuma a prefeitura, hoje sob o comando do juiz Eduardo Machado Rocha.

“Fiquei sabendo pela imprensa que o MPE ingressou com ação pedindo o afastamento dele. Se ele for afastado da prefeitura, aí sim a gente consegue a liberdade”, diz o advogado. Marques até agora não entrou com pedido de Habeas Corpus no (Superior Tribunal de Justiça) como tinha anunciado que faria.

“Eu sei que não vão colocá-lo na rua. Não vou ficar gastando o dinheiro do meu cliente ingressando com recursos que não vão dar resultado”, diz o advogado reclamando ainda que teve dificuldades para obter cópia do inquérito o que dificulta elaborar recursos.

“Eu não tinha todos os elementos em mãos. Assim fica difícil. Se eu recorrer ao STJ, o ministro vai acreditar em mim ou no que está lendo na imprensa contra o prefeito?”, questiona. Aguardar o ingresso das ações do MPE é também uma estratégia para conhecer as alegações da acusação.

A mesma estratégia vale para outro representado pelo advogado, o ex-procurador do município, Alziro Moreno que está preso em Dourados. Marques, por enquanto, pediu liberdade apenas para a primeira-dama Maria Artuzi. O pedido está sendo analisado pela juíza Dileta Thomaz da 1ª Vara Criminal de Dourados.

Além do prefeito Ari Artuzi, foram presas 27 pessoas na chamada de Uragano (furacão em italiano), entre as quais o vice-prefeito Carlinhos Cantor (PR), o presidente da Câmara Sidlei Alves (), outros oito vereadores, secretários, assessores e empresários.

Eles aparecem em imagens de vídeo gravadas pelo secretário de Governo, Eleandro Passaia — delator do esquema – recebendo ou repassando dinheiro que seria de propina. A verba vinha de “retorno” de licitações superfaturadas.