Palanque para Dilma, Rio tem convênios triplicados

Aliado próximo e autodenominado “melhor amigo de infância” do presidente Lula, o governador do Rio, Sérgio Cabral, conseguiu, em três anos, multiplicar por 3,6 os convênios do governo federal com o Estado em relação aos quatro anos de Rosinha Matheus. Se contabilizados os R$ 700 milhões estimados para 2010, o total chegará a 5,6 vezes.Cabral, […]

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Aliado próximo e autodenominado “melhor amigo de infância” do presidente Lula, o governador do Rio, Sérgio Cabral, conseguiu, em três anos, multiplicar por 3,6 os convênios do governo federal com o Estado em relação aos quatro anos de Rosinha Matheus. Se contabilizados os R$ 700 milhões estimados para 2010, o total chegará a 5,6 vezes.
Cabral, candidato à reeleição, conta com o veto de Lula à emenda que muda a repartição dos royalties do pré-sal e tira mais de R$ 7 bilhões do Rio.
Em comparação com a antecessora, Cabral foi favorecido pela criação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em 2007, na segunda gestão de Lula. O Rio é hoje o maior beneficiado por obras do programa.
Para assegurar um palanque forte à pré-candidata governista, Dilma Rousseff, a soma dos convênios entre a União e o Rio atingiram R$ 1,23 bilhão entre 2007 e 2009, em comparação a R$ 342,9 milhões (valor atualizado pelo IPCA-E médio), de 2003 a 2006, anos em que Rosinha governou com Lula na Presidência, com ataques mútuos.
O montante recebido por Cabral também é quase o dobro do obtido pelo Estado entre 2000 e 2002 (Garotinho governou de 2000 a março de 2002, e Benedita, de abril a dezembro de 2002), R$ 651 milhões.
Os convênios também representam mais de duas vezes os R$ 603,6 milhões que Minas Gerais recebeu em acordos firmados com a União no período.
As verbas do Rio aumentaram à medida que se solidificou a parceria entre Cabral e Lula, que no primeiro turno das eleições de 2006 se atacavam. Hoje, cada evento público do presidente no Rio é repleto de elogios intermináveis de Cabral a Lula, que os retribui.
Em sua última visita à favela da Rocinha, o presidente falou de uma parceria “que nunca tinha antes existido”. O governador citou por várias vezes que o Rio é o Estado que mais recebe recursos do governo federal.
Trata-se ainda de solução política conveniente para Lula. Dos três maiores Estados, São Paulo e Minas Gerais estavam sendo geridos pelos tucanos José Serra e Aécio Neves. No Rio, conta com o apoio incondicional para Dilma. “Ainda nem começou a campanha, mas é evidente que ela é a minha candidata”, já declarou Cabral.
Maior destino turístico do país, palco da Olimpíada de 2016 e da Copa de 2014, o Rio carece de obras de infraestrutura e pena na Segurança Pública. O PAC das Favelas investe nos complexos do Alemão, Manguinhos e Rocinha.
Tabela da Secretaria de Fazenda do Estado, com os valores corrigidos pelo IPCA-E Médio, mostra que os investimentos federais aumentaram muito em 2009. Em 2007, primeiro ano do PAC, os investimentos federais totalizaram R$ 217 milhões, e aumentaram 23,5%, para R$ 268 milhões, em 2008.
Em 2009, houve o maior salto, com R$ 746,2 milhões liquidados. Montante semelhante deve ser recebido neste ano, de acordo com o secretário de Fazenda, Joaquim Levy. “Estamos mantendo o ritmo das obras. Não discutimos se um detalhe está ou não no convênio, para evitar que a obra pare. Pagamos”, disse.
De acordo com levantamento do site Contas Abertas, o Rio lidera com folga investimentos em obras do PAC concluídas até agosto. São considerados investimentos em infraestrutura logística, energética e gastos em saneamento e com o Luz para Todos. O Rio soma R$ 27 bilhões, contra R$ 9,9 bilhões de São Paulo, R$ 5,1 bilhões de Minas Gerais e R$ 4,8 bilhões do Rio Grande do Sul, Estados que vêm logo abaixo.

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