Paixão de Cristo emociona multidão na Capital

Pelas ruas das Moreninhas e no ginásio Guanandizão encenações reuniram 114 atores amadores que emocionaram o público com mensagem de Jesus que não aceitava a injustiça e desigualdade

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Pelas ruas das Moreninhas e no ginásio Guanandizão encenações reuniram 114 atores amadores que emocionaram o público com mensagem de Jesus que não aceitava a injustiça e desigualdade

Emoção. Cerca de quatro mil pessoas acompanharam em dois diferentes pontos da cidade as encenações da Paixão de Cristo – nas Moreninhas e no Ginásio Guanandizão. Na primeira, que começou por volta das 16h, o que chamou a atenção foi a presença dos atores adolescentes da própria comunidade. Em cima de um caminhão, os 34 atores foram acompanhados pelas 1,3 mil pessoas por quatro quilômetros.

Já às 19h, a pista do Guanandizão já estava pronta para receber os 80 atores. O ponto alto da encenação, esperado pelo público, ficou  para quando o anjo descesse de rapel do teto e anunciasse a chegada de Jesus ao mundo. A festa religiosa aborda desde a criação até a Paixão de Cristo.

O local foi todo estruturado para esperar a chegada dos 2,5 mil fiéis das comunidades Cristo Luz dos Povos [Vila Bandeirantes] e Perpétuo Socorro [que reúne paróquias do Amambai, Nova Campo Grande e Jardim Carioca].

Tiago Silva da Cruz e Marcelo Rocha da Silva, ambos de 21 anos, interpretaram respectivamente na Moreninha e no Guanandizão o principal personagem, Jesus Cristo. Para ambos, a mensagem de levar amor para todas as pessoas indistintamente.

“É uma emoção mostrar parte da vida de Jesus”, diz Tiago da Cruz. Já Marcelo Silva considera a experiência algo sublime, pois além de retratar a vida do maior símbolo cristão cumpre o papel de falar diretamente com o coração de cada uma das pessoas, de forma particular e verdadeira.

Moreninhas

O percurso começou com a missa na Igreja São Pedro e São Paulo, onde há 15 anos a encenação é feita. De lá, por quatro quilômetros a comunidade seguiu em procissão até o Bairro Cidade Morena, onde na Igreja matriz Nossa Senhora da Aparecida termina a Paixão de Cristo. “Emocionante. Fui professor de catecismo de dois jovens que atuam na encenação e para mim fica a mensagem de paz e motivação aos jovens”, diz o professor João Carlos Fruto, 55.

Guanandizão

À espera da grande festa religiosa, a empregada doméstica Elizabeth Paes, 51, comemora a participação do filho na peça teatral. A estudante Kátia Raniey, 20, representa a mãe de Jesus Cristo, Maria. Para ela, a participação do público além de emocionar, aumenta a fé para que as pessoas tenham força para viver.

Significado da Paixão de Cristo

A Semana Santa é a ocasião em que é celebrada a paixão de Cristo, sua morte e ressurreição.

Jesus Cristo não aceitava o tipo de vida que seu povo levava, o governo cobrando altos impostos, riquezas extremas para uns e miséria para outros.

Ao chegar a Jerusalém, foi aclamado pela população como sendo o Messias, o Rei, mas os romanos não acreditavam que ele era filho de Deus, duvidavam dos seus sábios ensinamentos, de sua missão para salvar a humanidade, então passaram a persegui-lo.

Jesus tinha conhecimento de tudo que iria passar, da peregrinação que o levaria à morte. Convidou, então, doze homens a quem chamou de discípulos, para levar seus ensinamentos às pessoas.

Porém, Judas Escariotes, um desses apóstolos, também duvidou que Ele era um enviado de Deus, entregando-lhe para os romanos, que o capturaram.

Em seguida, fizeram Jesus passar pela via sacra, amarrado à sua cruz, carregando-a por um longo trecho, sendo torturado, levando chibatadas dos soldados, sendo caçoado covardemente até sofrer a crucificação e a morte.

A Semana Santa foi celebrada pela primeira vez no ano de 1682, através do Concílio de Niceia, advinda do Papa Silvestre I, onde os ensinamentos da doutrina católica tornam-na como religião oficial do Império Romano.

Foi determinado que a Semana Santa fosse constituída de oito dias. Seu início se deu no domingo de ramos, através da entrada do Rei, do Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a páscoa judaica. Na segunda-feira seguinte foi o dia em que Maria ungiu Cristo; na terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada; a quarta-feira é conhecida como o dia das trevas; a quinta-feira foi a última ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach. A sexta-feira foi o dia do seu sofrimento, sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o domingo de páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna. (Com Brasil Escola)

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