Pai denuncia falta de medicamentos para tratamento quimioterápico no HR

Ele busca tratamento para a filha, de 22 anos, que tem câncer no sistema linfático, e já recorreu à justiça para conseguir atendimento para a jovem: “Eu não posso desistir de lutar pela minha filha”.

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Ele busca tratamento para a filha, de 22 anos, que tem câncer no sistema linfático, e já recorreu à justiça para conseguir atendimento para a jovem: “Eu não posso desistir de lutar pela minha filha”.

O vigilante Mario Rodrigues entrou em contato com a reportagem para reclamar que a sessão de quimioterapia da filha dele, Marina da Costa Rodrigues (22), foi suspensa. O procedimento que estava marcado para ser feito na sexta-feira (12) foi cancelado por falta do medicamento utilizado no tratamento.

Ele busca tratamento para a filha, que tem câncer no sistema linfático. “Eu conversei com a médica dela, que solicitou que eu fizesse a confirmação com o pessoal da farmácia, quando eu liguei lá me disseram que o procedimento seria suspenso, pois não tem o remédio lá”, conta o pai.

Segundo ele, o remédio é o alopurinol, antibiótico usado para manipulação do processo quimioterápico. “Eu sei que ela não pode interromper o tratamento e já é um sofrimento ter que passar por isso”, desabafa o pai.

Mario, não desiste de buscar tratamento para a filha, que desde julho percorre o sistema de saúde pública. “Essa não é minha primeira denúncia. Eu já denunciei o HR no Ministério Público Federal (MPF) quando não conseguimos o exame de tomografia para ela. O exame foi solicitado no dia 19 de outubro e só foi marcado após a denúncia e ainda será no dia 25 deste mês”, conta o pai mostrando os documentos com a denúncia protocolados no MPF.

Apreensivo, ele sente medo de uma possível interrupção no tratamento de Marina.

“Eu não posso desistir de lutar pela minha filha. A prescrição já está feita e a médica me explicou que não é um medicamento de alto custo, e se é essencial para o tratamento eles não podem deixar faltando”.

Desespero e esperança

A jovem descobriu que tinha linfoma após passar mais de um mês com sintomas de gripe. “Eu sentia dores e tinha febre muito alta, ia ao posto de saúde e me davam remédio para a gripe. Até que um dia, fiquei bem mal e um médico se interessou pelo caso e pediu uma vaga no Hospital Regional, e foi lá que descobriram o linfoma”, conta Marina.

Ela tem linfoma, um tipo de câncer que atinge o sistema linfático, que resulta no crescimento descontrolado e excessivo dos linfócitos, resultando em massas de tumor especialmente nos linfonodos, que são os gânglios linfáticos.

E foi justamente os caroços que apareceram no pescoço da paciente que fizeram com que os médicos desconfiassem da doença. “O médico percebeu que os tratamentos para gripe não davam certo e então vieram os caroços no pescoço que foi onde descobrimos o câncer a partir dos exames”, explica a paciente.

A paciente é mãe de um menino de três e conta que quando descobriu o câncer ficou bastante abalada. “Eu fiquei desesperada, pensei que ia morrer, pois algumas pessoas diziam que eu teria pouco tempo de vida. Mas a médica me disse que o tratamento ia ajuda a conter a doença”, explica.

Envergonhada, a princípio ela pede para não tirar fotos, mas após conversar com a reportagem, Marina se mostra esperançosa e conta a experiência de passar pela quimioterapia.

“Eu me sentia mal, até perdi a visita da assistente social para conseguir o benefício do INSS (LOAS), mas não posso desistir. O cabelo caiu, mas já está crescendo de novo”, diz ela com um sorriso no rosto e tirando o lenço para mostrar os poucos cabelos, que para a paciente representa uma conquista de quem está vencendo a doença.

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