Policiais da 2ª DP foram até a casa da família de E.M.L., desaparecido desde o assassinato da adolescente de 16 anos, foi morta com um tiro na cabeça no último fim de semana

Preocupação e medo. Para o pai de E.M.L., 25, o fato do filho ser procurado pela polícia como principal suspeito de matar a namorada, Thatyane Romeiro, 16, crime ocorrido fim da semana passada tem sido um tormento para a família, moradora do Jardim Cerejeira, região aos fundos do Nova Lima, na saída de Campo Grande para Cuiabá.

“Já fui ao fórum saber informação, cada hora sai no noticiário um assunto diferente, estou preocupado. A senhora viu que a polícia saiu daqui. Eles querem que eu entregue meu filho, mas não sei onde ele está. Ele tem que pagar pelo que fez, mas eu não sei se não vão matar meu filho”, desabafou o pai na varanda da casa onde mora com a avó de E.M.L. minutos depois da polícia deixar o local, na noite de ontem.

Ao sair da residência, o delegado Wéber Luciano de Medeiros, titular da 2ª DP (Delegacia de Polícia), disse ao Midiamax que está em diligência pela região e quem tiver informações sobre o paradeiro do suspeito deve telefonar para a delegacia no telefone 3356 5351.

“É barra”

O pai do suspeito disse à reportagem que o filho sempre aparecia, pedia benção a ele e à avó, mas não tinha paradeiro certo. Sobre a suspeita de envolvimento com drogas, o pai conta que soube que o filho chegou a usar ‘algumas coisas’, mas não era traficante, frisa.

E.M.L. era o primeiro filho do segundo casamento do motorista desempregado pai de cinco filhos e separado atualmente. No casamento anterior, ele teve um filho e enfrentou uma sucessão de tragédias. A primeira esposa morreu vítima de suicídio e o filho mais velho perdeu a vida no ano passado. Ele saiu para cobrar uma dívida da que havia vendido, mas foi espancado e morto. Diante de tanta dor, indagado se estava preparado para ver o outro filho preso, o pai disse que não. “É barra. Não estou preparado. Sou trabalhador, trabalho de motorista, pedreiro. O que aparecer de serviço eu faço. Criei meus filhos no serviço, mas chega uma certa idade e a gente não consegue mais. Como pai jamais queria essa desgraça. Imagina como estão os parentes dessa menina…”.

O caso

A jovem namorou por quatro meses com o jovem. Thatyane Romeiro, 16 , segunda filha de uma família de nove irmãos, viveu uma relação turbulenta com o namorado, o operário E.M.L., 25.

No ano passado, ela perdeu o pai vítima de latrocínio em Campo Grande. A jovem vivia com a mãe, a dona de casa Marlene Romeiro Rocha, na divisa do Bairro Nova Lima com o Jardim Anache. O mesmo local onde o corpo da adolescente foi velado.

“Eles namoraram quatro meses e terminaram há três. Nunca me meti. Da última vez, ele veio aqui na quinta (9) para levar minha filha. Eu pedi pra ela não ir, mas ela disse que ia dar uma chance para ele”.

Na madrugada de domingo (11), a jovem foi encontrada morta com um tiro na testa no cruzamento das ruas Colombo com Estevão de Mendonça, na Vila Nasser, na mesma região onde o casal morava, no Jardim Cerejeira. O namorado é o principal suspeito.

Família

“Se não fosse ele, estaria aqui no velório”, disse a mãe. “Que Deus tenha dó dele. Se fez isso com minha filha e a polícia não prendê-lo, vai fazer com as filhas de outras pessoas”.

O corpo foi sepultado ontem no Cemitério do , na Avenida Coronel Antonino, saída para Cuiabá.

O rapaz tinha contra si denúncias por tráfico, desacato, porte de e violência doméstica.