De olho na economia, o horário de verão que passa a valer logo mais à 0h de domingo (17) ainda gera debate por causa dos efeitos na saúde das pessoas. Mato Grosso do Sul e mais nove estados do País terão que adiantar o relógio em uma hora.

De olho na economia, o horário de verão que passa a valer logo mais à 0h de domingo (17) ainda gera debate por causa dos efeitos na saúde das pessoas. Mato Grosso do Sul e mais nove estados do País terão que adiantar o relógio em uma hora. Este ano, a mudança dura do dia 17 de outubro até 20 de fevereiro de 2011.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a medida deve proporcionar uma economia de até 5% nas regiões Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e Distrito Federal.

Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS) Hermes Chipp, o horário deve gerar uma economia de pelo menos R$ 80 milhões. Além de uma redução na demanda que pode evitar futuros investimentos de R$ 2 bilhões no setor.

Mas, o horário que foi criado para o aproveitamento da luminosidade do verão, pode causar problemas de saúde, segundo especialistas.

De acordo com o diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado de Mato Grosso do Sul, cardiologista Luiz Ovando, a mudança causa déficit de sono que posteriormente pode gerar problemas intestinais, estresse e aumento da pressão arterial. Além dos raios-ultravioletas que causam câncer de pele dependendo do tempo de exposição ao sol sem proteção ao longo da vida.

“Nenhuma verificação é feita no sentido biológico, hoje se pensa basicamente no ‘cifrão’ esquecendo-se das pessoas, por causa de um motivo econômico questionável”, diz o cardiologista.

Os pais que têm crianças em idade escolar precisam ter atenção redobrada. Pequenas variações no cotidiano podem causar transtornos e complicações no comportamento e saúde das crianças. Como neste ano a mudança coincide com o fim da chamada “Semana do Saco Cheio”, período de sete dias sem aulas em função do feriadão, a adaptação pode se tornar ainda mais dramática.

“Eles passam a semana toda dormindo mais tarde e para completar terão que acordar uma hora mais cedo para estarem dentro do mesmo horário antigo”, explica Adriana da Silva Serra, 28 anos, que tem um filho de seis anos.

Segundo os especialistas, para minimizar os efeitos é necessário programar com antecedência a mudança nos hábitos, reduzindo o horário gradualmente. Para quem não fez esse procedimento, resta tentar dormir mais cedo na véspera da volta às aulas com uma hora a mais nos relógios.