O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou na sexta-feira a elaboração de um novo protocolo de segurança para cirurgia plástica. A medida ocorre quatro dias depois da morte da jornalista Lanusse Martins durante uma cirurgia de lipoaspiração em uma clínica de Brasília.

Segundo o CFM, o protocolo será uma espécie de “check list” com todos os procedimentos que devem ser adotados nas diferentes etapas de uma cirurgia plástica. O documento deve abranger orientações de indicações cirúrgicas, os exames pré-operatórios necessários em cada caso, informações sobre anestesia, atendimento pós-cirúrgico e as condições ideais do local para a realização da operação.

O CFM informou ainda que, durante a reunião do conselho, na sexta-feira, ficou definido que cursos de formação de profissionais para a prática da lipoaspiração serão monitorados.

– Vemos disponibilizados cursos de lipoaspiração de final de semana, com um dia de atividade teórica e dois dias de atividade prática – disse o coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Plástica do CFM, Antonio Gonçalves Pinheiro. – Esse tipo de curso não qualifica nenhum médico.

A jornalista Lanusse Martins, que morreu no último dia 25, foi vítima de erro médico, segundo afirmou sexta-feira a delegada que preside o caso, Martha Vargas. O cirurgião Hackel Cabral será indiciado por homicídio doloso com dolo eventual (quando o médico assume o risco de matar) e pode pegar de seis a 20 anos de prisão.