O prefeito afastado de Dourados Ari Artuzi (sem partido) e seu vice Carlos Roberto Assis Bernardes, o Carlinhos Cantor (PR) já estão devidamente notificados sobre as investigações de comissões processantes da Câmara de Vereadores que podem culminar com a cassação dos dois ainda no mês de novembro, segundo parlamentares do município.

Prefeito e vice receberam as notificações nesta manhã nas prisões onde estão. Artuzi está detido no Presídio Federal de Campo Grande e Cantor na Penitenciária Harry Amorim Costa de Dourados.

Os dois terão 10 dias para apresentar defesa a partir do dia 3 de novembro em respeito ao feriado prolongado que termina no dia 2 de novembro, terça-feira. Expirado o prazo de defesa, a comissão deve elaborar e votar o parecer e depois submetê-lo ao plenário. Tramite que deve se encerrar ainda em novembro.

A notificação a Artuzi foi entregue pelo vereador Laudir Manureto (PMDB) presidente da Comissão Processante contra o prefeito. Ele entrou no Presídio Federal, mas não falou com Artuzi. Permaneceu na sala da direção enquanto os agentes penitenciários levavam o documento até a o prefeito afastado que assinou os papéis.

Artuzi cumpre o período obrigatório de 20 dias de isolamento. Hoje é seu sexto dia neste regime. Ele está no espaço destinado aos presos recém-chegados. Depois será transferido para outro setor.

Cantor que cumpre Penitenciária Harry Amorim Costa, considerada de Segurança Máxima, também recebeu a notificação por meio de agentes. Os vereadores Idenor Machado (DEM), Pedro Pepa (DEM) e Walter Ribeiro Hora (PPS) levaram o documento ao estabelecimento penal.

Cantor e Artuzi são denunciados por quebra de decoro no exercício das funções públicas por envolvimento nas Operações Brothers, Owari e Uragano deflagradas pela Polícia Federal e que investiga denuncias de corrupção na prefeitura de Dourados.

A denúncia foi feita por entidades de classe, mas as informações são mantidas em sigilo pela Câmara.

Idenor Machado relator das duas Comissões Processantes já sinalizou que a comissão poderá pedir a cassação dos dois, mas o plenário é que vai decidir. Basta que sete dos 12 vereadores votem pela cassação para que prefeito e vice percam os respectivos mandatos.

Artuzi e Cantor estão presos desde o dia 1º de setembro. Eles foram detidos na Operação Uragano da Polícia Federal sob a acusação de participação em suposto esquema de fraudes em licitações e distribuição de propina. Os dois e outras 58 pessoas foram denunciados pelo MPE (Ministério Público Estadual).

Artuzi responderá pode sete crimes corrupção ativa, corrupção passiva, crimes de responsabilidade, crime de dispensa indevida de licitação, crime de fraude em licitação, formação de quadrilha e frustração de direito assegurado pela lei trabalhista.