Noite da Seresta Especial traz hoje Almir Guineto

Hoje, sexta-feira (12) o “Rei do Pagode”, Almir Guineto, se apresenta em Campo Grande como atração principal da Noite da Seresta Especial do mês de novembro. O evento, promovido pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac), é gratuito e aberto ao público. As apresentações têm início às 19h30 com seresteiros locais. Criado em meio a músicos […]

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Hoje, sexta-feira (12) o “Rei do Pagode”, Almir Guineto, se apresenta em Campo Grande como atração principal da Noite da Seresta Especial do mês de novembro. O evento, promovido pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac), é gratuito e aberto ao público. As apresentações têm início às 19h30 com seresteiros locais.

Criado em meio a músicos de primeira linha como Geraldo Babão, Antenor Gargalhada e muitos outros, Guineto cresceu influenciado pela veia sambista de seu pai, Iraci de Souza Serra, respeitado violonista e integrante do grupo Fina Flor do Samba, e de sua mãe, Nair de Souza Serra – a “Dona Fia”, costureira do Salgueiro e figura ancestral do samba.

Desde muito jovem, Almir Guineto já mostrava seu diferencial musical. Dono de uma voz inconfundível, única, rascante, o cantor, músico e compositor ingressou aos 16 anos no grupo Originais do Samba, fundado por seu irmão mais velho, Francisco de Souza Serra – o “Chiquinho”, onde tocou por dez anos. Sua primeira composição foi Bebedeira do Zé, gravada pelos originais do Samba. O “Rei do Pagode” – como ficou conhecido – conduziu a bateria do Salgueiro por 15 anos e ao sair deixou o posto para seu irmão mais novo, o lendário “Mestre Louro”.

Destacado violonista – comparado a Baden Powel por Beth Carvalho – e cavaquinista, Guineto frustrava-se por ser pouco ouvido, nas rodas de pagode do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, no final dos anos 70, em meio à alta sonoridade dos couros de tantãs e pandeiros da época. Foi aí que, acompanhado do músico e humorista Mussum, adaptou o banjo – instrumento utilizado na música country americana – ao samba. Cabe lembrar, inclusive, uma frase de Zeca Pagodinho: “Banjo no samba só existem dois: Almir Guineto e Arlindo Cruz”. Também é neste período que Guineto começa a se destacar, durante os pagodes, como versador imbatível, partideiro incontestável que, devido à sua criatividade e divisão de tempo na aplicação das rimas de improviso, ficaria conhecido como “Mestre do Partido-Alto”.

Apoiado por Beth Carvalho, Almir Guineto oficializaria em 1980 a fundação do Grupo Fundo de Quintal, ao lado dos parceiros Neoci, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira, Ubirany e Sereno. Após a gravação do disco “Samba é no Fundo de Quintal”, Almir deixaria o conjunto para cantar, a partir de 1981, em carreira solo.

Ao longo da década de 80, Guineto destacou-se cada vez mais no cenário musical brasileiro como intérprete e compositor, sendo gravado, além de todos os grandes sambistas do país, por artistas como Elba Ramalho, Nelson Gonçalves, Elymar Santos e muitos outros. De lá para cá, Guineto coleciona 13 discos próprios e outras tantas participações em CDs e DVDs de nomes como Chico Buarque, Beth Carvalho e Martinho da Vila.

“Trazer um grande sambista e também grande compositor para a Noite da Seresta Especial deste mês é um privilégio. Com certeza os campo grandenses irão se divertir com as letras fortes e o romantismo envolvente de Almir Guineto.”, elogia Roberto Figueiredo, diretor presidente da Fundac. “O prefeito Nelson Trad Filho se empenhou em trazê-lo nesse mês da consciência negra, após pedidos do Conselho Municipal do Negro”, completa.

Serviço: A Concha Acústica Família Espíndola fica na Praça do Rádio Clube entre as Ruas Afonso Pena, Padre João Crippa, Pedro Celestino e Barão do Rio Branco. A noite da seresta será na próxima sexta-feira (12) a partir das 19h30.

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