No horário eleitoral, Serra usa Erenice e Lula ‘entrevista’ Dilma
As propagandas do horário eleitoral gratuito na televisão da noite de sábado (9) de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) tiveram ataques, apresentação de propostas e das trajetórias políticas de cada um dos candidatos que disputam a presidência da República neste segundo turno. O primeiro programa da noite foi de Serra. Ele usou novamente […]
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As propagandas do horário eleitoral gratuito na televisão da noite de sábado (9) de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) tiveram ataques, apresentação de propostas e das trajetórias políticas de cada um dos candidatos que disputam a presidência da República neste segundo turno.
O primeiro programa da noite foi de Serra. Ele usou novamente um vídeo já usado nas propagandas anteriores em que o narrador cita que “o último presidente desconhecido” eleito foi Fernando Collor, mas que Itamar Franco conseguiu melhorar a situação. Destacou a imagem de Fernando Henrique, que segundo a propaganda, estabilizou a economia, e disse que Lula, que também tinha história, conseguiu dar continuidade.
A comparação termina com a afirmação que agora é preciso de alguém com experiência e “ficha limpa”, como Serra. O candidato aparece falando na sequência prometendo um governo de “união”. “Estou convencido que é possível fazer um governo que estimule e ajude o brasileiro a consumir, a comprar, a ter mais conforto, mais segurança e mais saúde. É possível fazer isso sem radicalismos, unindo, e não jogando irmão contra irmão, regiões contra regiões”, diz Serra. O candidato afirma ainda que um governante tem que ser “equilibrado”.
No programa, o narrador destaca a história do candidato tucano quanto a ações na área de educação. Entre as realizações, de acordo com o programa, está o fim das “escolas de lata” em São Paulo, que a propaganda diz ter sido deixada pelo PT. Outras ações valorizadas são a colocação de duas professoras na sala de aula nas classes de alfabetização e o bônus pago em São Paulo a funcionários de escolas bem avaliadas.
A ampliação de escolas técnicas em São Paulo também é destacada como ação de Serra pela propaganda. Aparecem depoimentos de alunos e são mencionadas áreas em que o tucano teria implantado escolas técnias. O tucano reafirma a promessa de criar um milhão de novas vagas no ensino técnico, entre elas 500 mil de técnicos em enfermagem. Além disso, Serra fala em criar o Protec, um ProUni do ensino técnico, que daria bolsas de estudo em instituições privadas.
O programa fala também da área de saúde. Um apresentador aparece em um Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de São Paulo e afirma que o modelo será implantado em todo o país e que terá o nome de policlínicas. Segundo a propaganda, estes espaços contarão com atendimentos médicos de várias especialidades.
O candidato afirma que saúde é um assunto que tem de ser importante para o presidente da República. “Tem gente que vive me dizendo: Serra você está falando muito sobre saúde nessa campanha, será que esse assunto é para presidência da República? Eu respondo, claro que é, tem que ser, a saúde está ruim em todo o Brasil, se o próximo presidente não se envolver pessoalmente, se não fizer da saúde uma das suas preocupações principais não vai melhorar”.
Na sequência surge um jingle “Acelera Brasil” e os narradores falam de projetos de infraestrutura que serão realizados pelo candidato tucano. Entre as obras fala-se na aceleração dos metrôs de Salvador, Fortaleza e Belo Horizonte, da duplicação da BR 101 em Santa Catarina e de novos aeroportos em Goiânia, Porto Seguro e Teresina. O candidato fala novamente prometendo mais uma vez um governo de “união” e o jingle “Serra é do bem” é executado.
Após o que seria o “fim” do programa tucano, aparece uma atriz sentada em um estúdio para “falar” com Dilma. É neste momento que aparecem os ataques à adversária devido ao caso de suspeitas de tráfico de influência na Casa Civil que derrubou a ministra Erenice Guerra.
“Dilma, cá entre nos, de mulher pra mulher, tem coisas que a gente não pode deixar pra lá, concorda? Eu li aqui uma notícia fresquinha da sua amiga Erenice. Esse caso da Erenice, que coisa mais mal parada, né? Puxa, vocês eram tão amigas, se conheciam tão bem, ela era seu braço direito, ficou no seu lugar na Casa Civil, de repente esse rolo todo, Polícia Federal, inquérito, processo, que coisa triste, não é mesmo? Essa Casa Civil está encrencada né? Primeiro foi o Zé Dirceu, agora a Erenice. Afinal, Dilma, conta pra gente, como vai acabar esse caso da Erenice hein?”, questiona a atriz.
O programa de Dilma Rousseff foi o mesmo já veiculado na tarde deste sábado. Ele começou com o narrador citando que nos tempos de FHC e Serra havia uma divisão entre “coisa de rico e coisa de pobre”. No primeiro caso são citados carro, carne na mesa, universidade e luz na fazenda. Já no segundo entraram desemprego, arroz e feijão, futuro incerto e escuridão na roça. “Para eles, apenas os ricos pareciam ter o direito de ser feliz”, disse o narrador.
No programa foram citados os progressos que o país teve no governo do PT, como entrada de 36 milhões de brasileiros na classe média e 28 milhões que saíram da linha da pobreza. E lembrou que o país vai receber a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
O programa mostrou ainda Dilma na casa de uma família brasileira, cujos integrantes elogiaram o governo Lula, e ela enfatizou que é importante ser “a favor da família, da vida, da construção de uma sociedade mais justa e democrática para o Brasil”.
O programa lembrou a trajetória política da candidata no governo do Rio Grande do Sul e no governo de Lula. São várias referências ao fato de Dilma ter sido a primeira mulher a ocupar cargos como de secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul e ministra-chefe da Casa Civil.
Além disso, foi citado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em 2007, que engloba “cerca de 14 mil obras saneamento, habitação, energia e transporte, entre outras áreas estratégicas”.
Dilma disse no programa que pretende cumprir todas as metas estabelecidas pelo PAC 2, lançado neste ano de 2010. No programa são citadas a previsão de construção de 2 milhões de moradias, a expansão da indústria naval, a criação de novos parques de ônibus e modernização de rodovias, portos e aeroportos.
O programa citou ainda o PAC Cidade Melhor, que deverá ter investimentos de R$ 57 bilhões em saneamento básico, prevenção de enchentes, pavimentação de vias urbanas e melhoria do transporte coletivo nas grandes cidades.
Já o PAC Comunidade Cidadã deve ter investimentos de R$ 23 bilhões, criar 6 mil creches e pré-escolas, mais de 2,8 mil postos de polícia comunitária, 800 praças de esporte, lazer e cultura e 500 unidades de pronto-atendimento 24 horas.
O programa trouxe ainda depoimento do governador reeleito no Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). O aliado destaca ações em seu estado e afirma que Dilma faz parte das conquistas como da sede das Olimpíadas de 2016.
Na última parte, o programa mostrou Lula falando com Dilma como se fosse uma entrevista. Ele pergunta qual a grande proposta dela para o futuro do país.
“Para mim, o grande desafio é erradicar a miséria do país. O senhor deu um passo enorme no governo, que foi os 28 milhões que nós tiramos da pobreza. Dizem que é impossível erradicar a pobreza no Brasil. Pelo contrário, todos os passos que nós demos abriram o caminho pra gente acabar com a pobreza no Brasil. Então isso é muito importante pro Brasil. A segunda questão é levar o Brasil a ser de fato o país em que a sua população no mínimo seja de classe média. Pra isso, sem educação de qualidade nós na conseguimos chegar lá”, disse Dilma.
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