Nelsinho ameaça cortar ponto e demitir agentes de saúde

O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, do PMDB, adotou uma rigorosa posição com os 2.5 mil Agentes de Saúde do município que deflagram greve a partir de hoje. Ele disse que vai demitir os grevistas incluídos no estágio probatório, cortar o ponto dos servidores com empregos já assegurados por lei e disse que “não […]

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O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, do PMDB, adotou uma rigorosa posição com os 2.5 mil Agentes de Saúde do município que deflagram greve a partir de hoje. Ele disse que vai demitir os grevistas incluídos no estágio probatório, cortar o ponto dos servidores com empregos já assegurados por lei e disse que “não vai conversar com os grevistas”. Isto é, o prefeito trancou o diálogo com uma das mais importantes categorias que atua hoje na saúde municipal: a que combate a dengue, doença que mais contaminou a população campo-grandense de janeiro até agora.

O manifesto dos trabalhadores, concentrados desde a manhã de hoje no Paço Municipal, em frente ao prédio da prefeitura, já havia sido anunciado na semana passada pelo Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública de Campo Grande).

Sete sindicalistas disseram que no sábado foram expulsos do gabinete do prefeito no meio de uma audiência que tratava justamente da greve e do reajuste salarial solicitado pelos trabalhadores. Nelsinho Trad nega o episódio.

De acordo com um dos diretores do Sintesp, Paulo Cesar Ribeiro, os salários dos agentes de saúde gira em torno de R$ 487,00, mais R$ 144,00 por produtividade. Os servidores brigam por um reajuste que varia de 50% a 60% em cima do adicional.

O sindicalista disse que o adicional está congelado há pelo menos cinco anos e que a categoria tenta acertar o aumento salarial com o prefeito desde dezembro passado.

Já Nelsinho Trad disse nesta manhã que “desconhece” a proposta do sindicato e que não “expulsou os sindicalistas” de seu gabinete no sábado.

“Um dos sindicalistas entrou e disse que a proposta do reajuste salarial estava pronta e que a greve tinha sido acertada. Se não tinha mais conversa, pedi para eles [sete sindicalistas] saírem”, é a versão de Nelsinho.

Já os sindicalistas disseram que vão manter a paralisação, mesmo sob a ameaça do prefeito, que promete demitir os grevistas.

Paulo Ribeiro disse que 30% dos 2,5 mil agentes de saúde vão cumprir expediente, como determina a regra trabalhista.

A dengue

Levantamento da secretaria municipal de saúde revela que em janeiro e fevereiro foram registradas 17.529 notificações da dengue, 1.008 das quais confirmadas.

Três pessoas morreram de dengue hemorrágica, estágio da doença, de janeiro para cá, segundo a pesquisa. Ainda de acordo o estudo, a secretaria investiga outros 30 casos de dengue hemorrágica. (saiba mais sobre a dengue em notícias relacionadas, logo abaixo)

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