Na reta final, incerteza ganha campanhas do PT e do PSDB

Por trás dos discursos e slogans de vitória, as campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) chegam à reta final sem qualquer certeza do resultado que sairá das urnas. Bem que a candidata petista, sua equipe e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentaram mostrar tranquilidade. Mas longe dos holofotes o medo […]

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Por trás dos discursos e slogans de vitória, as campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) chegam à reta final sem qualquer certeza do resultado que sairá das urnas. Bem que a candidata petista, sua equipe e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentaram mostrar tranquilidade. Mas longe dos holofotes o medo de que uma eleição dada como ganha há duas semanas não se decida neste domingo fica evidente. Do outro lado da disputa, Serra insiste diante das câmeras em se dizer otimista de que irá ao segundo turno. Nos bastidores, entretanto, o clima é de tensão.
Embora Dilma ainda ostente uma vantagem sobre os adversários – ela tem 55% dos votos válidos de acordo com o tracking Vox Populi/Band/iG –, petistas não poupam nem o presidente Lula. Dizem que ele se expôs além do necessário durante a campanha por pura vaidade, e transformou os comícios em que a protagonista deveria ser Dilma em atos de despedida. “Lula é nossa principal arma. Não é para usar a torto e a direito. É para quando precisa. O exagero acabou banalizando a presença dele e colocando Dilma em segundo plano”, reconheceu um cardeal petista.
Do lado tucano, o clima nos dias que antecedem a ida às urnas é o de que qualquer erro bobo ou notícia negativa pode resultar numa perda de votos que podem fazer falta. Por isso Serra optou por ficar em seu Estado, São Paulo, apesar de ter recebido um convite do ex-governador mineiro e candidato ao Senado Aécio Neves para uma última visita a Minas Gerais nesta sexta-feira.
Na hora de definir a agenda, prevaleceu a escolha por um “Cadeiraço pela acessibilidade no Brasil”, na capital paulista, e uma visita a Suzano, município que fica a 34 km de São Paulo. A agenda segura em solo paulista contrasta com o resto da campanha. Serra foi o candidato ao Planalto que mais viajou pelo País na disputa eleitoral deste ano.
O debate da TV Globo, organizado na noite de quinta-feira, deixou evidentes as preocupações que guiam as duas campanhas. Enquanto Dilma procurava se colocar na defensiva diante do risco de ataques, Serra evitava o confronto. O clima pós-debate era de zero a zero. No entanto, Dilma pareceu mais à vontade diante das perguntas de jornalistas e só interrompeu a coletiva a pedido de sua assessoria.
Dos tucanos que estiveram presentes no encontro, só o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, acompanhou Serra na entrevista coletiva. Aécio saiu pela área especial, mas não deixou de falar com os jornalistas que o procuram. “Só dá para saber se haverá segundo turno no domingo”, resumiu. Guerra tentou se mostrar mais confiante: “Está garantido no segundo turno”. No entanto, falou que o PSDB sofrerá mudanças após as eleições e que Aécio deve ser conduzido ao comando da sigla.

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