Mulher recusa cirurgia plástica e continua protesto no Hospital Regional

Há 27 horas protestando em frente ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, a cabeleireira Edna Lima Bronze, 35 anos, conta que recusou uma proposta feita pela direção do estabelecimento, em troca do fim da manifestação. Segundo Edna, uma assessora a procurou no final da tarde de ontem (17), pedindo para que fosse até […]

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Há 27 horas protestando em frente ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande, a cabeleireira Edna Lima Bronze, 35 anos, conta que recusou uma proposta feita pela direção do estabelecimento, em troca do fim da manifestação. Segundo Edna, uma assessora a procurou no final da tarde de ontem (17), pedindo para que fosse até o setor administrativo conversar sobre o assunto.

A cabeleireira disse que a direção do Hospital Regional ofereceu, como forma de reparação, uma cirurgia plástica no abdômen, mas ela recusou. Na manhã desta quarta-feira (18), Edna segue acorrentada às grades do hospital, trajando uma fantasia de palhaço e fazendo greve de fome. Ela disse que só deixa o local se for procurada por alguma autoridade pública.

Com o protesto, a cabeleireira quer chamar a atenção das autoridades para a situação de descaso na saúde pública, alegada por ela. Em abril, Edna foi operada de uma apendicite e o feto acabou morrendo.

Procurada pela reportagem do Midiamax, a assessoria de imprensa do Hospital Regional informou que a todo o momento a instituição se colocou à disposição de Edna para ser atendida. Uma assistente social procurou a cabeleireira a pedido da direção, mas ela recusou auxílio. Por se tratar de questões clínicas, o Hospital não divulga o teor da conversa com a paciente.

Entenda o caso

Edna, que é casada e mãe de dois filhos, procurou atendimento na unidade de saúde do bairro Guanandi depois de sentir fortes dores abdominais. Lá, ela foi orientada a tomar três medicamentos, entre eles um antibiótico. O problema não passou e o médico receitou outros medicamentos que foram tomados no próprio posto de saúde e ela ficou em observação.

A cabeleireira afirma que nas duas consultas disse aos médicos que a consultaram que estava com hemorragia, mas que isto não foi “levado a sério”. Na última vez que consultou, no mês de abril, a cabeleireira foi amplamente questionada e o médico até suspeitou de dor psicológica. Um exame de sangue foi solicitado, mas não houve um diagnóstico do que seria “a doença”. Depois a cabeleireira foi encaminhada para o Hospital Regional com diagnóstico de apendicite.

No dia 3 de abril, uma médica do Hospital Regional apertou sua barriga e disse que “havia algo muito estranho”. Depois da cirurgia a surpresa: Édna, na verdade, estava com uma gravidez tubária rota, que é quando o bebê é gerado e uma das trompas.

Na intervenção cirúrgica, foi retirado o bebê de seis semanas, uma das trompas e ainda um ovário. ‘Estou indignada porque falei que estava com hemorragia e ao invés de ultrasson mandaram fazer um raio-x, que só mostra osso”, diz.

Edna se acorrentou na grade do Hospital Regional, na Avenida Marechal Deodoro, nas proximidades do Terminal de Transporte Coletivo Urbano Aero Rancho. Ela afirma que não acredita em processos judiciais, mas não descarta a possibilidade de procurar ajuda na Associação das Vítimas de Erros Médicos ou outra entidade.

Apesar da situação que passou e abalou sua família, a cabeleireira ainda pensa em engravidar mais uma vez.

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