O Movimento dos Sem-Terra (MST) decidiu assumir sua simpatia ao atual governo e entrar na campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Em nota, o movimento conclama a militância para “se engajar nessa luta, que é importantíssima para a classe trabalhadora”. Com o título Vamos eleger Dilma Rousseff presidenta do Brasil, o comunicado – assinado também pela Via Campesina e por outros 13 movimentos sociais – diz que é preciso “derrotar a candidatura Serra, que representa as forças direitistas e fascistas do país”.

Crítico do governo Lula, apesar de ter suas bases abastecidas com recursos federais, o movimento decidiu sair dos bastidores da disputa eleitoral depois de avaliar a possibilidade de derrota da candidata petista. A cúpula do MST vinha negociando com outros movimentos a forma de exteriorizar o apoio sem o risco de piorar o quadro eleitoral.

Embora as invasões de terra tenham sido praticamente suspensas desde o último abril vermelho em função do calendário eleitoral, a maioria da população não aprova as ações do MST, como indicam pesquisas recentes.

O texto do “comunicado ao povo brasileiro” foi definido após uma série de reuniões em Brasília, São Paulo e outras capitais. Os signatários consideram que os avanços do governo Lula na reforma agrária foram insuficientes. Manifestam preocupação com o arco de alianças da candidatura de Dilma, pois “há forças políticas que se contrapõem a essas demandas sociais”, mas veem em José Serra um “inimigo” de suas bandeiras de luta