MP apura se cidade “aumentou” número de afetados por cheia
Um relatório elaborado pelo Ministério Público (MP) de São José da Laje, zona da mata alagoana, aponta uma diferença de 80% no número de desabrigados e desalojados no município em relação aos números da prefeitura. Os dados, que constituem o Avadan (documento de Avaliação de Danos), estariam superestimados. O governo federal enviou R$ 800 mil […]
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Um relatório elaborado pelo Ministério Público (MP) de São José da Laje, zona da mata alagoana, aponta uma diferença de 80% no número de desabrigados e desalojados no município em relação aos números da prefeitura. Os dados, que constituem o Avadan (documento de Avaliação de Danos), estariam superestimados.
O governo federal enviou R$ 800 mil em caráter emergencial para a reconstrução do município, uma das 18 localidades atingidas pelas cheias do mês de junho. Pelos dados do MP, a cidade tem 1.155 desabrigados e 155 desalojados. Levantamento da prefeitura aponta 703 desabrigados e 4.980 desalojados, uma diferença de 4 mil pessoas. Há diferenças também na quantidade de casas destruídas. Nos documentos da prefeitura constam 250, mas para o MP, 78.
“Com essa redução dos números, os custos das ações serão menores”, afirmou o promotor Jorge Dórea, que também disse que o MP faz um “levantamento sobre as casas destruídas, para sabermos a quantidade exata”.
O promotor solicitou uma cópia dos extratos à prefeitura para saber no que ela gastou R$ 800 mil da verba emergencial federal. Os resultados devem chegar em dez dias.
O coordenador do processo de reconstrução do Estado, Luiz Otávio Gomes, disse que suspendeu as obras na cidade e pediu nova recontagem dos desabrigados, desalojados e casas destruídas.
Por telefone, o prefeito Márcio José Lira disse que o comitê de reconstrução aprovou novas 1.006 casas. “Foi desapropriado um terreno de 56 hectares e aguardo o final do processo de licitação”, afirmou. Sobre a verba federal enviada à cidade, disse que a prefeitura gastou o dinheiro em reconstrução de estradas e atendimento das famílias desabrigadas.
No início deste mês, o governo prorrogou por mais 90 dias os decretos de calamidade pública de 15 cidades do Estado e de emergência de outros quatro municípios. Em junho, as chuvas em Alagoas deixaram mais de 26,6 mil desabrigados e 26 mortos.
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