Mistura asfáltica despejada em terreno por empreiteira ameaça meio ambiente na Capital

Empresa que presta serviço à prefeitura de Campo Grande, segundo moradores, joga resíduos de petróleo em terreno baldio; biólogo diz que produto polui lençol freático

Vinte e dois tambores com resíduos asfálticos estão despejando o produto a céu aberto num terreno baldio entre as ruas Ary Coelho de Oliveira e Simon Bolívar, no bairro Progresso, em Campo Grande.

De acordo com o município, a Gerpav deve contratar outra empresa para fazer o re-refino (reciclagem) para que seja utilizado novamente.

Segundo o professor de botânica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Arnildo Pott, o produto esteriliza o solo e polui o lençol freático.

“É um produto de petróleo mais denso que o combustível que também pode ser um risco para crianças ou animais”, disse o botânico.

No local sempre há movimentação de caminhões que despejam entulhos, segundo moradores da região. No terreno que corresponde a uma quadra inteira também há restos de toras de madeira, telhas de cerâmica, carroceria de caminhão, manilhas de esgoto e pisos de cimento de calçada.

“Isso aí não pode ficar desse jeito, tinha que pelo menos manter limpo”, disse o torneiro mecânico Valderi Pereira da Silva, 47, dono de uma oficina em frente ao terreno.

Segundo moradores o local também é reduto de usuários de drogas e prostituição. “Esse terreno é uma barbaridade, além do entulho tem tráfico e prostituição aí”, disse o marceneiro Nilcelino Azevedo, 54, que mora próximo a quadra.

De acordo com a PMA (Polícia Militar Ambiental) o responsável pelo despejo pode ser encaminhado à delegacia para esclarecimentos e multado em R$ 700 a R$ 10 milhões, dependendo da quantidade e forma como for jogado no meio ambiente.

Contactada pela reportagem, a empreiteira informou que daria um retorno, o que não aconteceu até a publicação do material.