Mentor de roubo que acabou em estupros em Campo Grande monitorou chácara por 12 dias
O menor V., ainda não foi apreendido. Já Wanderley Rocha está detido em uma das celas provisórias da Derf. Os dois invadiram uma chácara em Campo Grande e mantiveram duas famílias sob mira de arma por aproximadamente três horas. Um dos detalhes fortes do crime é violência sexual contra uma grávida de oito meses.
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O menor V., ainda não foi apreendido. Já Wanderley Rocha está detido em uma das celas provisórias da Derf. Os dois invadiram uma chácara em Campo Grande e mantiveram duas famílias sob mira de arma por aproximadamente três horas. Um dos detalhes fortes do crime é violência sexual contra uma grávida de oito meses.
Casado e pai de duas meninas. Este é Antônio Wanderley Rocha da Luz: o homem que em companhia de um menor, V., de 15 anos, invadiu uma chácara no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, no dia 23 deste mês. Os dois roubaram, agrediram e praticaram violência sexual contra duas mulheres, sendo uma delas grávida de oito meses.
Antes da ação, o local foi monitorado por 12 dias segundo Wanderley, o mentor de toda a ação que acabou se transformando em noite de horror para duas famílias que começavam a planejar a noite de natal. O crime foi arquitetado de fato no dia 22 com o menor.
Com exclusividade, Wanderlei disse à reportagem praticamente todos os detalhes da ação, exceto quando questionado sobre o fato de ter esposa e duas meninas que poderiam estar no lugar das vítimas do sexo feminino. O homem abaixou a cabeça e manteve-se calado.
Questionado ainda se tem mãe, Wanderley disse que sim e que ela mora em Rochedo. Outra pergunta foi se ele flagrasse alguém cometendo estupro ou molestando sem consentimento sua mãe qual atitude tomaria. O homem novamente abaixa a cabeça e responde: Não sei não, senhora.
Wanderley relatou que se interessou em roubar a chácara porque o caseiro A.R.N. o teria procurado uns 13 dias antes para perguntar se ele tinha munições para vender, uma vez que Wanderley também era caseiro de uma chácara próxima à da família vítima.
Wanderley disse que questionou o caseiro que tipo de arma tinha na chácara que ele trabalhava, quando A.R.N. relatou sobre três. “Eu passei a cuidar 12 dias para ver a movimentação do local. Como era a rotina, que horas saíam, entravam”, revela.
Depois de saber como era a rotina da família, Wanderley afirma que foi até outra chácara nas proximidades e propôs ao menor que fizessem o assalto para pegar as armas. O adolescente receberia um dos revólveres roubado como pagamento e o mentor ficaria com as outras duas armas.
Por volta das 18h do dia 23, os dois ficaram escondidos no mato observando a movimentação. Meia hora depois atacaram surpreendendo o dono do imóvel que estava na casa do caseiro fazendo comida. Ele foi levado para a sede, amarrado e recebeu como capuz um short.
Quando chegaram à sede, os dois renderam um casal com uma criança que ia chegando para passar o natal na chácara. A mulher grávida, de 28 anos, esposa do proprietário do imóvel, também foi rendida. “A gente perguntou das armas e a grávida disse que tinha um 38 na gaveta. Daí a gente pegou e perguntou cadê o resto das armas. Ela (grávida) disse que se tivesse mais era na casa do caseiro”, detalha Wanderley.
Wanderley confessa que portava um revólver calibre 32 e afirma que o menor usava uma faca.
Depois de render as duas famílias, Wanderley e o menor colocaram todas as pessoas trancadas no banheiro da casa e começaram a lotar a caminhoneta L-200, com pertences de valor como, televisores, máquina fotográfica, microondas, entre outros pertences.
Enquanto carregavam a caminhoneta, por volta da meia noite, o caseiro A.R.N. chegou e também foi rendido e colocado no banheiro.
Segundo Wanderley, na hora de ir embora o menor sugeriu que cometessem abuso sexual contra as duas mulheres e ele aceitou. As duas foram retiradas do banheiro e cada uma levada para um dos quartos, segundo sua versão.
O menor cometeu conjunção carnal com a visitante, que tem 29 anos. Depois disto obrigou-a tomar banho. Já Wanderley afirma que obrigou a grávida a praticar sexo oral nele. A polícia segue com as oitivas para checar a informação ou se houve um revezamento dos dois com elas.
Uma das mulheres já foi ouvida pelo menos uma vez, mas a polícia não revelou o teor do depoimento ou parte dele, até para preservá-las de um constrangimento ainda maior. As duas receberam atendimento médico, inclusive coquetel contra HIV – que é praxe em caso de abuso sexual.
O caseiro será ouvido, na manhã desta quarta-feira, pelo delegado da Delegacia de Roubos e Furtos (Derf) que conduz o caso, André Luiz Noveli.
O delegado afirma que somente depois do depoimento do caseiro é que poderá enquadrá-lo como informante de Wanderley ou ser considerado mais uma vítima da ação criminosa.
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