O Comando do‭ ‬6º Distrito Naval foi uma das organizações militares da Marinha inclusas no ciclo de palestras sobre o Programa de Desenvolvimento de Submarino de Propulsão Nuclear‭ (‬PROSUB‭)‬.‭

O intuito foi explicar ao efetivo do‭ ‬6º DN sobre a importância estratégica da construção de um submarino nuclear para a‭ ‬Marinha do Brasil e que poderá ser utilizada,‭ ‬futuramente,‭ ‬por alguns deles.‭ ‬

Esta nova tecnologia existe somente em cinco países do mundo e o Brasil pode se tornar o sexto a ter este aliado na soberania do país.‭ ‬O evento aconteceu ontem no Hotel de Trânsito do Comando do‭ ‬6º DN.

O coordenador do Prosub,‭ ‬o contra-almirante Alan Paes Leme Arthou,‭ ‬apresentou as principais diferenças entre o submarino convencional e o nuclear.‭ ‬

Os militares do‭ ‬6º DN puderam entender como funciona esta nova tecnologia e quais avanços o Brasil já conquistou nesta área.‭ ‬“A fábrica para fazer a estrutura metálica começou a ser construída em dezembro do ano passado.‭ ‬A partir de julho iniciamos o estaleiro.‭ ‬Os dois ficarão em Itaguaí,‭ ‬no interior do ‭”‬,‭ ‬explicou ao‭ ‬Diário o‭ ‬coordenador do projeto.‭ ‬

O relatório sobre o impacto ambiental que as duas obras causariam na cidade fluminense já foram entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis‭ ‬– IBAMA.‭ ‬Ele disse ainda que o Brasil possui a‭ ‬6ª maior reserva de urânio do mundo,‭ ‬concentradas nos estados do Ceará,‭ ‬Pará e Amazonas.‭ ‬

O contra-almirante acredita que é preciso saber explorar esse recurso natural de forma responsável.‭ ‬“Com a quantidade que temos se não soubermos o que fazer é que nem ter petróleo e não conseguir extrair.‭ ‬Uma riqueza que fica sem uso‭”‬,‭ ‬continuou Paes.‭

O projeto da construção de um submarino com energia gerada através de um reator nuclear é de grande importância estratégica,‭ ‬afirma o contra-almirante Alan.‭ ‬“Os submarinos convencionais têm propulsão por baterias e diesel-elétrica.‭ ‬Para funcionar precisam de ar a cada‭ ‬2‭ ‬dias,‭ ‬tendo que voltar a superfície do oceano.‭ ‬

No caso do reator nuclear,‭ ‬ele tem autonomia para passar muito tempo submerso,‭ ‬sem necessidade de recarregar.‭ ‬Durante‭ ‬um combate as chances dele ser abatido reduzem bastante‭”‬,‭ ‬frisou.‭ ‬Atualmente somente França,‭ ‬Inglaterra,‭ ‬China,‭ ‬Rússia e os Estados Unidos trabalham com essa tecnologia.‭

Para o comandante do‭ ‬6º Distrito Naval,‭ ‬contra-almirante Edlander Santos,‭ ‬os trabalhos com o reator nuclear são um marco na história da Marinha do Brasil.‭ ‬Apesar da pouca influência nos rios pantaneiros,‭ ‬para ele,‭ ‬é uma forma de garantir a segurança do país.‭

‬De acordo com o comandante,‭ ‬o efetivo da Marinha,‭ ‬a nível nacional,‭ ‬já começa a‭ ‬receber os treinamentos sobre como utilizar esta nova tecnologia que ainda está em fase de estudos.‭ ‬“É de suma importância discutir o assunto.‭ ‬Mostra que o Brasil está em uma posição muito boa,‭ ‬próximo de grandes países que já detêm os submarinos de propulsão nuclear.‭ ‬O é de tanta complexidade que equivale às pesquisas para levar o homem ao espaço‭”‬,‭ ‬afirmou.‭

‬Para capacitar mão-de-obra para,‭ ‬futuramente,‭ ‬manusear o submarino,‭ ‬já existe um exemplar montado a seco.‭ ‬A construção do navio que recebe energia através de um reator nuclear ainda não começou e a finalização está prevista para‭ ‬2014.‭