Estacionada nas pesquisas e sem contar com um “mago” do marketing em sua campanha, Marina Silva, senadora e presidenciável pelo PV, disse nesta quinta-feira, 25, que “é preciso apostar mais na narrativa e menos na propaganda” durante o período eleitoral. “Estamos inovando no que concerne a linguagem. Teremos sim bons profissionais, mas para fazer aquilo que no meu entendimento deve ser uma nova linguagem na política”, afirmou.

De acordo com a senadora, existem pessoas que estão se dispondo a construir o que ela considera a “nova linguagem” – incluindo marqueteiros. “Mas sem descaracterizar minha imagem. É claro que vamos manter aquilo que é a autenticidade da proposta, da ideia, e do meu jeito de fazer política”, observou, após participar do 54º Congresso Estadual de Municípios em Serra Negra, no interior de São Paulo.

Com parcos minutos de propaganda eleitoral na TV, Marina não vê a opção como “um trunfo” para a campanha e admite que se trata da “necessidade de uma comunicação nova”. Até agora, a senadora já recorreu às redes sociais da internet, já criou blog e um twitter, com o qual angariou 11 mil seguidores, e recorreu a programas populares de TV para aumentar a exposição.

Distante das inaugurações empreendidas por seus prováveis e principais adversários, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a senadora não era reconhecida como candidata nas pesquisas. A situação melhorou, mas apesar do aumento de exposição não conseguiu superar o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que ainda não definiu sua candidatura à Presidência.

Em suas viagens pelo País, Marina recentemente esteve em Mato Grosso. Para este fim de semana, a senadora mantém percurso no interior de São Paulo e visitará Araraquara. As agendas ventiladas para Minas Gerais e Pernambuco, Estados em que o PV conseguiu emplacar candidatos próprios ao governo – Zé Aparecido e Sérgio Xavier, respectivamente – devem ficar só para o mês que vem.

Czares

O vereador carioca e coordenador da pré-campanha de Marina, Alfredo Sirkis, diz que a figura de um marqueteiro “é coisa de Brasil”. Para ele, “são czares capazes de transformar imagem”, como Duda Mendonça e Nizan Guanaes. E não o trabalho em equipe que a campanha procura, com modelo semelhante ao adotado na política norte-americana.

Como exemplo, Sirki citou trabalhos do cientista político e pesquisador Orjan Olsen para o partido. Estão em curso prospecções qualitativas. “A Marina tem muitas qualidades, como a forma de ela falar. Vamos mostrar que ela é uma pessoa de carne e osso, olho no olho”.