Maior morcego das Américas é capturado em Corumbá

Um exemplar do morcego-fantasma-grande (Vampyrum spectrum), o maior morcego das Américas, foi capturado na fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal, pelo ecólogo Maurício Silveira. É o primeiro exemplar deste animal coletado no Mato Grosso do Sul. Maurício está fazendo sua pesquisa sobre ocupação de habitats naturais e alterados por morcegos para sua dissertação de mestrado em […]

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Um exemplar do morcego-fantasma-grande (Vampyrum spectrum), o maior morcego das Américas, foi capturado na fazenda Nhumirim, da Embrapa Pantanal, pelo ecólogo Maurício Silveira.

É o primeiro exemplar deste animal coletado no Mato Grosso do Sul. Maurício está fazendo sua pesquisa sobre ocupação de habitats naturais e alterados por morcegos para sua dissertação de mestrado em ecologia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e desenvolve estudos de campo desde dezembro de 2009 na fazenda da Embrapa Pantanal, sediada em Corumbá.

A captura deste exemplar ocorreu no dia 20 de fevereiro e foi divulgada em 05 de abril pelos pesquisadores. Trata-se de uma fêmea, que pode pesar até 230 gramas e ter até 1 metro de envergadura. O espécime coletado está depositado na Coleção de Vertebrados da Embrapa Pantanal, servindo como documentação da distribuição geográfica.

Até o momento, Maurício já capturou 145 morcegos de 20 espécies na fazenda Nhumirim. As coletas serão feitas até outubro deste ano. O estudante usa redes de neblina, que são armadas no fim da tarde na Grade Permanente da fazenda.

Esta grade é um conjunto de parcelas permanentes para o monitoramento da biodiversidade e de processos naturais, permitindo estabelecer vários tipos de inter-relações ecológicas e o entendimento do funcionamento do ecossistema.

Apesar no nome científico se referir a um vampiro, a espécie na verdade é carnívora, se alimentando principalmente de aves, roedores e até outros morcegos. “É uma espécie rara, mas com distribuição geográfica bem ampla, que vai do sul do México até o centro da América do Sul. Jamais havia sido coletada no Mato Grosso do Sul.

Aliás, esse foi o registro mais ao sul da presença deste animal, e representa uma ampliação da sua distribuição geográfica”, afirmou. Para Maurício, a presença do Vampyrum spectrum no Pantanal Sul pode ser um indicativo de boa qualidade ambiental. “Ele vive preferencialmente em ambientes florestais.”

O pesquisador Walfrido Tomás, da Embrapa Pantanal, disse que por volta de 1955 houve um registro da espécie no Pantanal Norte, no Estado de Mato Grosso. “O novo registro revela que o ecossistema Pantanal tem influência biogeográfica de biomas mais florestais. Significa também que ainda conhecemos muito pouco da biodiversidade do Pantanal.

Ainda há carência de inventários biológicos na região”, afirmou. Para Walfrido, esta é uma das espécies que, por serem raras, topo de cadeia ecológica e ligadas a ambientes florestais, podem sofrer impactos diretos do desmatamento e da fragmentação de habitats. Geralmente são as primeiras a desaparecer quando os habitats são alterados. As informações são da Embrapa Pantanal.

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