O presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), disse hoje que a ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, não conseguirá “enganar o tempo todo a sua incompetência”. Após ser agraciado com o título de Cidadão Honorário de Minas pelo governador Aécio Neves (PSDB), Maia reagiu ao discurso da ministra durante o lançamento da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), em Brasília. Na ocasião, Dilma acusou o governo Fernando Henrique Cardoso de “omisso” e de seguir a cartilha do Estado mínimo do neoliberalismo”, sem “planejamento estratégico e crescimento de investimento público”.

Ressaltando que a política macroeconômica do governo FHC foi mantida durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do DEM afirmou que o governo “tenta fazer um discurso à esquerda, mas governa da mesma forma”.

Maia também classificou como eleitoreiro o anúncio de uma nova versão do PAC. “Toda vez que se extrapola, que se excede o limite do razoável, a própria sociedade responde de forma bem dura. E responderá nesse caso. Não é possível que o PAC 1 não terminou e está se lançando o PAC para o futuro. Então é uma coisa tão absurda, tão eleitoreira, que nesse caso eu tenho certeza que a sociedade vai entender que houve, por parte do governo, um abuso da utilização da estrutura governamental para beneficiar a Dilma”, disse.

“A ministra Dilma, ela pode querer enganar, mas não vai enganar o tempo todo a sua incompetência. O PAC 1 não terminou e já está lançando o PAC 2. O Minha Casa, Minha Vida, lá no Rio de Janeiro, lançaram alguns prédios e já deu problema”.

Vice

Depois do encontro com Aécio, Maia tratou com cautela a hipótese de o mineiro aceitar compor como vice uma chapa puro-sangue encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra. Publicamente, o governador de Minas garante que não cogita a possibilidade, mas os aliados continuam esperançosos.

Para o presidente do DEM, Aécio “é um nome que desequilibra o jogo”. “Então nós temos que ter todo cuidado para não pressioná-lo e para deixar que o tempo possa nos ajudar a compor essa chapa. Agora, é uma decisão pessoal, que hoje eu acho muito difícil. Mas o nosso partido não tem pressa para escolher o vice. O nosso partido tem pressa para que o governador Serra comece logo a pré-campanha”.

Maia disse também que o DEM não quer tratar de possíveis nomes de seus quadros para não prejudicar o objetivo principal do PSDB, “que é ainda tentar convencer, por mais difícil que seja, o governador Aécio Neves”. Segundo ele, entre os partidos oposicionistas, não há pressa pela definição da chapa. “Se a gente esperou seis meses para o Serra nascer em 10 de abril, porque a gente não pode esperar até o final de maio para se compor a chapa que seja a melhor para a oposição vencer as eleições”.