A mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, afirmou na manhã deste sábado que aguardava muito a condenação do casal Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, acusado pelo crime, e diz que começará uma “outra fase da vida” após a sentença. “Segunda-feira vou começar a andar de uma forma diferente.”

A afirmação de Ana Carolina foi feita em entrevista ao programa “Hoje em Dia”, da TV Record, onde falou também do tempo em que ficou retira no fórum de Santana, após prestar depoimento na última segunda-feira, para possível acareação com os réus. “A semana foi muito difícil pra mim. Ficar confinada, sem poder falar com ninguém. Estou exausta, muito cansada”.

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Ana Carolina Cunha de Oliveira e a filha, Isabella, 5, que caiu do sexto andar de prédio

A mãe de Isabella não estava no fórum, mas após a condenação, apareceu na sacada de sua casa e, chorando, acenou.

O pai de Ana Carolina, José Oliveira, afirmou em frente ao prédio em que moram, na manhã deste sábado, a filha ficou bastante emocionada e agitada após a divulgação da sentença do casal e ficou a madrugada acordada, dormindo apenas na manhã de hoje. O avô de Isabella usava uma camiseta com a foto de Isabella. “Esperei dois anos por isso. Tirei um peso das costas”, afirmou ele.

Mesmo com a ausência de Ana Carolina, ele acompanhou na madrugada deste sábado o resultado do julgamento –que durou cinco dias– no fórum de Santana. Os avós maternos e dois tios de Isabella ficaram de mãos dadas durante a leitura da sentença. A novelista Glória Perez, que acompanhou o júri ao longo da semana, integrava a corrente.

Os acusados foram condenados por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por ter alterado a cena do crime). De acordo com a sentença, o pai de Isabella foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio triplamente qualificado: por ter sido usado meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, e para garantir a ocultação de crime anterior.

Ao menos 4 dos 7 jurados foram favoráveis à condenação. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, o juiz Maurício Fossen interrompeu a votação após o quarto voto favorável, para manter o sigilo dos jurados.

Depois do julgamento, o promotor elogiou o trabalho da perícia. “É difícil trabalhar num caso onde não há testemunhas presenciais. A qualidade do trabalho feito pela perícia mostrou que o resultado não foi conseguido à toa. Com isso, os jurados, apesar de cansados, puderam julgar de maneira eficiente”, disse Cembranelli. A defesa do casal Nardoni não deu declarações após o julgamento.