A mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, afirmou neste sábado que agora pode “retomar a vida”, após a condenação do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, acusados pelo crime.

“A ficha está caindo. Ainda estou numa fase de processamento, mas acredito que agora posso retomar minha vida de novo, numa nova fase.” Ela agradeceu as flores e as mensagens de apoio desde a divulgação da sentença e disse que “tudo o que aconteceu ontem, a condenação, foi uma resposta de que a justiça foi feita”. “Era o que eu esperava”, declarou.

Na sentença redigida pelo juiz Maurício Fossen, que condenou o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá pela morte de Isabella, o magistrado destacou a “situação aguda de estresse” em que estava a mãe da menina, o que exigiu maior rigor na “reprovabilidade” do crime.

“A angústia acima do normal suportada pela mãe da criança […] ficou devidamente comprovada nestes autos, […] o que impediu inclusive sua permanência nas dependências deste fórum, por ainda se encontrar, dois anos após os fatos, em situação aguda de estresse, face ao monstruoso assédio a que a mesma foi obrigada a ser submetida como decorrência das condutas ilícitas praticadas pelos réus, o que é de conhecimento de todos, exigindo um maior rigor por parte do Estado-Juiz quanto à reprovabilidade destas condutas.”

De acordo com a sentença, Alexandre foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio triplamente qualificado: por ter sido usado meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, e para garantir a ocultação de crime anterior.

Duas dessas características foram consideradas agravantes, e outras duas foram adicionadas: o fato de o crime ter sido cometido contra menor de 14 anos e pela vítima ser sua filha. Nardoni foi condenado ainda a oito meses pela fraude processual.

Já Anna Carolina Jatobá foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, também por homicídio triplamente qualificado, com as duas características agravantes e por ter sido praticado contra menor de 14 anos. Ela também foi condenada a oito meses pela fraude processual.

Cabe recurso à decisão, mas o casal não poderá recorrer em liberdade.