O cardiologista Roberto Kalil, médico particular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o petista “vai fazer um check-up nem que seja amarrado pela orelha”. Kalil recepcionou Lula na manhã desta quinta-feira no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Após sofrer uma crise hipertensiva, o presidente ficará em repouso em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP) até domingo. Ele deve descansar hoje e fazer o check-up nos próximos dias.

O presidente deixou às 6h58 desta quinta-feira (28) o Hospital Português, no (PE), com destino a São Paulo. Ele sofreu a crise hipertensiva quando estava no avião com destino a Davos (Suíça), por volta da 0h30 (horário de ). Por ordem médica, ele foi proibido de viajar.

Lula saiu do hospital com aparência abatida, vestido com um conjunto de moletom branco. Ele estava acompanhado pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que passaram a noite toda com o presidente. Lula cumprimentou a equipe médica e não deu declarações à imprensa.

O médico da Presidência, Cleber Ferreira, que acompanha o presidente há cinco anos, disse que a pressão arterial de Lula chegou a 18 x 12. Lula passou por exame de eletrocardiograma, raio-x do tórax e exame de sangue.

Segundo o médico, a crise hipertensiva pode ter sido provocada por um quadro de estresse e cansaço. Esta é a primeira vez, durante o período que o médico atende ao presidente, que Lula tem uma alteração na pressão arterial.

“O presidente não é hipertenso, este é um quadro esporádico”, disse Ferreira. A pressão arterial normal de Lula é de 11 x 8.

O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse que Lula não vai mais participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos. Ele será representado pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na premiação que receberia a distinção de Estadista Global.

O médico disse que Lula insistiu até o último momento para viajar, mas não foi autorizado. Lula estava internado em um quarto no 13º andar do Hospital Português, por uma questão de superstição em referência ao número do seu partido.

O presidente esteve na capital pernambucana para cumprir uma agenda intensa durante a tarde e início da noite. Durante a inauguração de uma unidade de pronto-atendimento, em Paulista (Região Metropolitana de Recife), ele reclamou de dor na garganta e brincou que não queria ser o primeiro paciente do local.