O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta sexta-feira propaganda eleitoral antecipada em favor da presidenciável petista e ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e afirmou que a oposição faz barulho por razões políticas.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu multar Lula em R$ 10 mil por propaganda antecipada, em janeiro deste ano, na inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo. O tribunal também já havia aplicado multa de R$ 5.000 ao presidente por supostamente ter feito campanha para Dilma na inauguração de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) nas localidades de Manguinhos e Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em maio do ano passado. 

 

“A decisão do TSE não é definitiva, de maneira que meus advogados vão entrar com recurso. Espero que a multa seja anulada, uma vez que, no meu entendimento, não houve nem tem havido campanha antecipada, nem dissimulada. O fato concreto é que todo esse barulho é feito pela oposição por razões políticas.”

Segundo Lula, o governo tem o dever de mostrar à sociedade de que maneira está aplicando os recursos dos impostos. “Estamos prestando contas à população e mostrando nossos serviços, como devem fazer todos os governos. Não podemos ser penalizados por tomar iniciativas, por criar programas, por investir em obras mais do que necessárias, que há muito tempo já deveriam ter sido feitas por outros governos.”

O petista também falou sobre as pesquisas eleitorais e a campanha petista ao Planalto. “No meu entendimento, assim que ela [Dilma] deixar o cargo, o ritmo do seu crescimento pode ser acelerado. Afinal, livre das obrigações de governo, que não são poucas, ela terá todo o tempo livre para as articulações e posteriormente para se dedicar de corpo e alma à campanha.”

Lula afirmou que a aceitação do nome da ministra na população já é muito forte e vem crescendo cada vez mais. “Eu acho que o seu crescimento é devido sobretudo à sua capacidade de trabalho, à sua dedicação, ao fato de estar inteiramente comprometida com o projeto político que vem mudando a cara do nosso país.”

O presidente comentou ainda sobre a disputa na Bahia, em que PT e PMDB assumem campos opostos na sucessão estadual com as pré-candidaturas do ministro da Integração, Geddel Vieira Lima (PMDB), e do governador Jaques Wagner (PT).

“Se dependesse do meu desejo, assim como nos demais Estados, na Bahia também haveria palanque único. Mas a esta altura sei que aqui no Estado será muito difícil conseguir. O que eu tenho a dizer aos concorrentes da nossa base de apoio é: disputem de maneira civilizada, respeitosa, façam uma competição no campo das ideias, das propostas para a Bahia, e mantenham a união no plano federal em torno da candidatura comprometida com o nosso projeto político, que está transformando o Brasil.”