Para o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) a visita do presidente Lula e da candidata Dilma Roussef a Mato Grosso do Sul na terça-feira (24), sacramentou o avanço da candidatura de Zeca do PT rumo à vitória na sucessão estadual.
“Não tenho qualquer dúvida. A participação maciça e vibrante da população na espera, na recepção e até na despedida do presidente e da Dilma foi algo inesquecível. Tanto em Dourados quanto em Campo Grande tivemos cenas que ficarão marcadas para sempre na história do Estado, tamanho o fervor das pessoas que se mobilizaram para sair de casa ou do trabalho para chegar perto ou ao menos acenar ao seus líderes”, comenta.
Segundo Vander, a empolgação popular combina alguns sentimentos que, a seu ver, determinarão o comportamento da maioria dos eleitores em outubro: “As pessoas se emocionam com a proximidade de um líder que tanto amam, um presidente que tem 80% de aprovação popular e que está a quatro meses de deixar o cargo. Essa emoção reveste a esperança renovada com os candidatos que representam a manutenção do projeto de Lula, que são a Dilma e, em nosso caso, o Zeca”, acredita Vander.
“Quem duvida da capacidade do nosso povo de fazer essa leitura comete um erro grosseiro. Os sul-mato-grossenses, diante da evolução do processo eleitoral, estão a cada dia, e em número crescente, mais conscientes da importância em eleger quem faz parte do projeto vitorioso de Lula e Dilma”, acrescenta.
O deputado petista disse que a presença de Lula foi determinante para estimular a escolha dos eleitores ainda indecisos. “O presidente, que é filiado ao PT, veio trazer mais obras para um Estado governado por um feroz adversário, mostrando como se comporta um verdadeiro líder, alguém que é respeitado porque respeita as pessoas, independentemente das escolhas de cada uma. E essa postura não é ignorada por quem define seu voto com base nas atitudes e no grau de grandeza de cada candidato”.
Sobre a decepção manifestada por Lula diante da decisão do governador André Puccinelli (PMDB) de apoiar a candidatura do tucano José Serra e ainda chancelar investimentos realizados com recursos federais, Vander entende que o presidente fez apenas um desabafo de ser humano.
“O Lula nunca obrigou ninguém a votar na sua candidata. Ao contrário, era o André quem se havia comprometido em apoiá-lo na sucessão presidencial, dizendo que o Lula era um pai para o Estado e que Dilma era sua fada-madrinha. Como filho e afilhado vê-se que o governador não passou na prova de fidelidade e decepcionou a quem prometeu apoio”.
No discurso, para cerca de 25 mil pessoas que foram à Avenida Fernando Corrêa da Costa na noite de terça-feira passada, Lula não citou o nome de Puccinelli, mas deixou evidente sua decepção com o que vem sendo interpretada como traição do governador. “Na presença do adversário, ela não é mais a fada madrinha e eu não sou mais o pai”, alfinetou, referindo-se à mutação repentina de Puccinelli, que depois de rasgados elogios a Dilma e a Lula preferiu apoiar Serra, inconformado com a decisão de Zeca do PT de manter sua candidatura ao governo estadual.
“Dizia-se até, e isso eu vi nos jornais daqui quando do lançamento do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] , que o governador do Estado era o Lula”, continuou o presidente. “Eu sei o que acontece aqui, que obras federais aparecem na TV como se fossem estaduais. Seria bom a imprensa fazer um levantamento detalhado sobre as obras bancadas por dinheiro estadual e dinheiro federal, mostrar quem é que fez mais por Mato Grosso do Sul. A imprensa tem a obrigação de não permitir que ninguém minta em época de eleição”.