Ao discusar hoje (27) durante cerimônia de inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a postura dos partidos de oposição que, segundo ele, derrubaram a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em 2008, “apenas” para prejudicar seu governo.

De acordo com o presidente, o fim da CPMF não refletiu na diminuição dos preço dos produtos e foi um ato de “maldade” contra sua gestão. Nesse ano de eleições, Lula afirmou que a população deve ficar atentar aos “políticos com prazo de validade, que têm a cabeça atrasada e não pensam de forma moderna”.

“Quero que vocês guardem essa data [dezembro de 2008], porque daqui a pouco vai chegar a eleição, e a desgraça da política é porque o político deveria ter carimbado na testa aquele prazo de vencimento. Não por idade, mas porque tem a cabeça atrasada e não pensa de forma moderna”, discursou Lula, acrescentando que a relação entre governo federal, estados e municípios não pode ser prejudicada por diferenças partidárias.

“Alguns políticos brasileiros e alguns políticos de Pernambuco, com o único objetivo de tentar prejudicar o meu governo, derrotaram, em dezembro de 2008, a CPMF, que era o imposto sobre o cheque, que ajudava a saúde. Eles [a oposição] com medo de que fizéssemos isso [melhorasse a saúde], derrotaram. Eles, então, ficaram rindo, de certo que tinham acabado com o governo”, argumentou o presidente.

Segundo Lula, a derrota no Congresso que culminou no fim da CPMF fez com que o governo decidisse aumentar os investimentos em saúde. “O importante é que, para fazer desaforo para aqueles que, em dezembro de 2008, tiraram o dinheiro da saúde, decidimos fazer 500 UPAS, em 2010, nesse país”, disse Lula.

“Vamos construir [UPAS] na maioria das capitais e nos principais municípios, porque essa gente precisa saber que o povo brasileiro cansou da politicalha, da intriga, daquele político que não quer que venha dinheiro para o seu estado, porque quem está governando é seu adversário”.

Ao lado do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Lula criticou os governos anteriores, a quem atribuiu a responsabilidade pelos atuais problemas enfrentados pelos estados nordestinos. “Por mais que a gente faça, os governantes brasileiros ficaram tanto tempo sem fazer nada, que a gente pode fazer cem em um dia, que ainda assim teríamos que fazer cem no outro dia para recuperar os danos que a elite política causou a esse estado ao longo de tantas e tantas décadas”.

Em relação à sua participação, na próxima sexta-feira (29), no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na , Lula disse que apresentará à “fina flor da economia mundial” os resultados dos programa sociais adotados no Brasil. “Vou lá para dizer o que eu fiz e que é possível fazer igual na e na América Latinha. Dizer que os países ricos precisam tomar vergonha e ajudar a salvar países como o Haiti que não podem ser vítimas do descaso”.