La Niña deve se formar em julho; previsão é de seca no Brasil
O fenômeno climático anômalo La Niña, o oposto de seu primo El Niño, ocorrerá no oceano Pacífico equatorial em julho e agosto, previu o Centro de Predição Climática (CPC) nesta quinta-feira. O La Niña intensificará a formação de furacões no Golfo do México e ameaça as plantações no Meio-Oeste dos Estados Unidos e em países […]
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O fenômeno climático anômalo La Niña, o oposto de seu primo El Niño, ocorrerá no oceano Pacífico equatorial em julho e agosto, previu o Centro de Predição Climática (CPC) nesta quinta-feira.
O La Niña intensificará a formação de furacões no Golfo do México e ameaça as plantações no Meio-Oeste dos Estados Unidos e em países como Brasil, Argentina e Índia.
“As condições do La Niña provavelmente vão se desenvolver durante julho e agosto de 2010”, informou o CPC, escritório que responde à Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA), em sua atualização mensal.
“A maioria dos modelos (de computador) agora prevê o desenvolvimento das condições do La Niña durante junho-agosto e a sua continuidade até o começo de 2011”, acrescentou o centro.
O La Niña abrange águas mais frias que o normal no oceano Pacífico equatorial. Em contraste, o El Niño é o aquecimento anormal dessas águas. Ambos têm consequência sobre o clima dos Estados Unidos à Índia e ocorrem a cada três ou quatro anos.
A emergência do La Niña é especialmente preocupante para a indústria do petróleo no Golfo, já prejudicada pelo derramamento gigante de petróleo vinda de um poço danificado da British Petroleum.
Muitos meteorologistas dizem que o número de furacões nos Estados Unidos aumenta muito durante os anos do La Niña e diminui quando chega o El Niño.
Para os agricultores norte-americanos, o La Niña aumenta a possibilidade de seca no Cinturão do Milho, especialmente no período crucial para a plantação, em julho.
O efeito do fenômeno poderá se espalhar para países como o Brasil, uma das potências agrícolas do mundo, e a Índia, importante produtor e consumidor de vários produtos, como açúcar e sementes oleaginosas.
O CPC afirmou que o clima poderá ficar mais seco do que o normal desde o sul do Brasil até o centro da Argentina neste inverno.
Além da cana-de-açúcar, isso pode afetar também a produção de café no Brasil, o maior produtor mundial de café e o segundo maior exportador de soja. A Argentina é a maior exportadora de óleo e farelo de soja.
No Brasil, as chuvas fortes provocadas pelo El Niño em 2009 dificultaram a colheita da cana. Mas agora o país poderá enfrentar uma estiagem prolongada com o fortalecimento do La Niña.
Por outro lado, o La Niña tende a aumentar as chuvas na Indonésia, na Malásia, nas Filipinas e no norte da Austrália. Todos esses países sofrem com fortes secas quando ocorre o El Niño.
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