O juiz-prefeito de Dourados Eduardo Machado Rocha sinalizou em entrevista à imprensa local, neste fim de semana, que deve ainda esta semana fazer a transferência do cargo à vereadora Délia Razuk (PMDB), eleita na semana passada presidente da Câmara Municipal. “Nesta segunda-feira, eu me reúno na prefeitura com a vereadora Délia para definir a transferência de cargo. Não há possibilidade de eu continuar nesta função. Quem ocupa este cargo é um representante eleito pelo povo e não um magistrado”, disse no programa “Hora da Verdade”, da rádio Grande FM, no sábado.

Eduardo Machado Rocha está no cargo por determinação do TJMS (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso do Sul desde o dia 4 de setembro. Ele assumiu o posto devido à prisão do prefeito Ari Artuzi (sem partido) e de todos os nomes da linha sucessória. Eles foram detidos na Operação Uragano, da Polícia Federal, sob a acusação de participarem de esquema de fraudes em licitações e corrupção.

Na cadeia, o vereador Sidlei Alves (DEM) que presidia a Câmara renunciou ao posto, fato que abriu a possibilidade de novas eleições na Câmara Municipal. Délia, única dos 12 vereadores, que não teve o nome citado na , foi eleita presidente da Casa, ficando na linha sucessória da prefeitura. Assim, como Artuzi, o vice-prefeito Carlinhos Cantor (PR) continua preso.

Na entrevista à rádio, o juiz esteve acompanhado da esposa e procuradora do município, Simone Werner, dos secretários de Educação Idenor Machado, de Saúde Mário Eduardo Rocha e do assessor de Comunicação Social Silva Júnior. Ele mencionou que os maiores problemas foram encontrados na saúde e na educação.

Segundo ele, a situação é de caos em praticamente todos os setores da administração pública, mas em especial nessas duas áreas. “A Saúde estava parando, a Educação capengando. Os alunos estavam estudando ao relento, nas escolas nem giz tinha. Na saúde não havia luva médica e nem seringa. É lamentável a forma como a prefeitura vinha sendo administrada”.

Ao apontar possíveis irregularidades, como por exemplo, divergência nos relatórios do Fundeb (Fundo Nacional da Educação Básica), na licitação para aquisição de materiais destinados à saúde que foi suspensa e contratos com valores muito elevados e que foram revistos agora – como é o caso do – o juiz prefeito interino disse que não tinha noção do que o aguardava na prefeitura.

“Não sabia o que me esperava, mas sabia o que tinha de fazer. Com a ajuda da minha esposa, que é procuradora do município, da equipe de técnicos de minha confiança que montei, em 15 dias nós conseguimos colocar a coisa para andar”, declarou Eduardo Machado Rocha.

O juiz disse ainda que, com o apoio do governo do Estado e a vontade do governo federal em ajudar a cidade, algumas conquistas foram possíveis neste período. “Fui até Brasília, onde após encontros nos ministérios da Fazenda e das Cidades conseguimos viabilizar R$ 50 milhões para Dourados. Nestes 15 dias também estivemos trabalhando com o Ministério Público, com os auditores do TCE [Tribunal de Contas do Estado] e do TCU [Tribunal de Contas da União], vasculhando todos os documentos das secretarias”, explicou.

Com informações da assessoria de imprensa da prefeitura de Dourados