Horas depois de tomar posse como prefeito de Dourados em solenidade na Câmara Municipal, o juiz Eduardo Machado Rocha convocou reunião com os profissionais da saúde pública, incluindo médicos e representantes dos hospitais que atendem pelo SUS. Ele disse que a saúde vive uma situação capenga e que vai tomar providências imediatas para suprir as carências do setor.

“Vamos atender as necessidades da população e para isso contamos com a compreensão e consciência dos médicos”, disse segundo informação distribuída pela assessoria de imprensa da prefeitura de Dourados.

Após o juramento de posse, o prefeito interino anunciou como primeiro ato uma auditoria em todas as secretarias e demais órgãos municipais. Em discurso feito na tribuna da Câmara, Eduardo Machado Rocha afirmou que a fiscalização vai apurar os atos da atual administração e de gestões anteriores.

O juiz-prefeito avisou ainda que vai chamar um por um dos fornecedores da Prefeitura de Dourados. A ideia é romper contratos suspeitos e renegociar os preços superfaturados.

Ele pediu apoio do Ministério Público e das policiais Federal e estadual. “Vamos abrir as portas da administração e colocar à disposição todos os documentos necessários para que o Ministério Público e a polícia nos auxiliem nesse trabalho”.
“Dourados está sendo passada a limpo. Tenho certeza que estou tomando posse por providência de Deus. Vou utilizar o cargo para o povo e para o bem do povo”, afirmou o prefeito interino.

O juiz foi nomeado para um mandato interino pelo Tribunal de Justiça atendendo ao pedido do MPE (Ministério Público Estadual). O prefeito da cidade, Ari Artuzi (PDT), o vice-prefeito Carlinhos Cantor (PR) e os demais nomes da linha sucessória da prefeitura foram presos acusados de fraudes em licitações e de recebimento de propina. Nove vereadores também foram presos.

Na semana que vem, o MPE deve ingressar com pedido de intervenção no Tribunal de Justiça. Caso a intervenção seja aceita pelo TJMS, caberá ao governador do Estado, André Puccinelli (PMDB) nomear um interventor. Ontem, o procurador-chefe do MPE, Paulo Alberto de Oliveira, disse que não é possível mensurar prazos para o mandato do juiz ou do interventor. “Tudo depende do andamento da ação”, explicou.