Resultado de uma consulta preparada pelo Sindicato dos Juízes Federais indica que entre os magistrados federais o juiz Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande (MS), é o mais cotado para ocupar uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), informou o jornal Valor Econômico.

Oliveira é conhecido nacionalmente por ser um dos juízes que mais aplicou sentença contra organizações criminosas na região Centro-Oeste do país. Ao lado do magistrado, também aparece bem cotado o juiz federal em São Paulo Fausto De Sanctis, titular de vara especializada em lavagem de dinheiro.

De acordo com o jornal, Odilon de Oliveira, à frente da única vara de combate à lavagem de dinheiro e ao crime organizado do Mato Grosso do Sul, já condenou à prisão e confiscou bens de dezenas de traficantes e hoje vive sob forte esquema de segurança.

De Sanctis, titular da 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, também especializada em lavagem, é o juiz responsável pelos principais processos por crime do colarinho branco em andamento no país, como os gerados por operações da Polícia Federal como a Satiagraha, que envolve o banqueiro Daniel Dantas, e a Castelo de Areia, que investiga executivos da Camargo Corrêa.

Odilon de Oliveira e Fausto De Sanctis receberam, respectivamente, 67 e 62 votos na pesquisa promovida pela Ajufe, que contou com respostas espontâneas de 1.008 juízes federais em todo o país. Os dez mais votados compõem uma lista (veja quadro ao lado) que será apresentada aos juízes em um segundo turno da consulta. Dois nomes entre os mais votados foram excluídos da lista por superarem a idade limite de 65 anos para ingresso no STF.

O resultado da votação da Ajufe será uma lista tríplice a ser encaminhada oficialmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva como sugestão para sua nona indicação ao STF, em agosto, quando o ministro Eros Grau deixa a corte. “Sentimos falta da presença de um juiz federal no STF”, diz Fabrício Fernandes de Castro, vice-presidente da Ajufe na 2ª Região. Hoje nenhum dos onze ministros é juiz federal de carreira.

OAB versus Odilon

Odilon foi recentemente denunciado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entidade que quer ver o juiz investigado por ter autorizado escutas telefônicas dentro do presídio federal, em Campo Grande (MS).