O juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, encerrou às 19h15 desta quarta-feira o terceiro dia do júri de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar a menina Isabella há dois anos. Os réus serão ouvidos nesta quinta. Antes de encerrar os trabalhos, Fossen avaliou as solicitações da defesa e da Promotoria e decidiu que Ana Carolina Oliveira, mãe da criança, deve permanecer à disposição da Justiça. Com isso, ela permanece retida e incomunicável.

A mãe da Isabella está nas dependências da Justiça desde a noite da última segunda (22). Após prestar depoimento, os advogados do casal Nardoni pediram que ela ficasse à disposição porque poderia ser novamente requisitada durante o júri, em uma possível acareação com os réus.

A expectativa era que Alexandre e Anna Jatobá começassem a ser interrogados na noite desta quarta, após os depoimentos das testemunhas convocadas pela defesa. No entanto, a análise sobre a liberação da mãe da Isabella atrasou os trabalhos.

A defesa do casal manteve a decisão de manter Ana Carolina à disposição. Já o promotor Francisco Cembranelli pediu para que a medida fosse reconsiderada, pois a mãe de Isabella está debilitada e “extremamente deprimida”.

Após indeferir verbalmente o pedido da defesa de manter Ana Carolina de Oliveira à disposição do tribunal, o juiz reconsiderou a solicitação. Ele digitava a decisão no computador, quando disse ter percebido que poderia haver uma interpretação de cerceamento de defesa. Fossen voltou ao gabinete, consultou a legislação e a doutrina jurídica, e retornou com outro entendimento. Com isso, a mãe de Isabella permanece retida à disposição do tribunal.

O pedido de acareação com os réus, feito pela defesa, será decidido posteriormente, se solicitado.

Júri

Nesta quarta-feira, terceiro dia do júri, a perita do Instituto de Criminalística Rosângela Monteiro, testemunha comum à defesa e à acusação, foi a primeira a depor. Ela foi ouvida das 10h25 às 17h e afirmou que, conforme as análises, Alexandre Nardoni foi o responsável pela morte da filha.

Depois dela, foram ouvidas duas testemunhas convocadas pela defesa. As outras foram liberadas –inicialmente, estavam previstas 17 testemunhas, mas sete já haviam sido dispensadas no início do julgamento.

Na terça (23), foram ouvidas três pessoas : a delegada Renata Helena Silva Pontes, o médico-legista Paulo Sérgio Tieppo Alves –ambos testemunhas comuns à defesa e à acusação–, e o perito Luís Eduardo Carvalho, que veio da Bahia convocado pela Promotoria. Na segunda-feira (22), já tinha sido ouvida a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira.

Após cada dia de julgamento, o casal Nardoni está sendo levado para unidades prisionais da cidade de São Paulo. Alexandre está passando a noite do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros e Anna Carolina Jatobá na cadeia feminina do Estado, localizada no complexo do Carandiru.