O Ministério de Relações Exteriores do Brasil confirmou à Folha Online na manhã desta segunda-feira que há “entre cem e 120 brasileiros” ilhados na região turística de Machu Pucchu, no Peru, devido às intensas chuvas que inundaram a única ferrovia que liga a região a Cusco.

O ministério não sabe confirmar exatamente quantos brasileiros há na região, mas afirma que não há relatos de cidadãos feridos ou em situação de risco. Segundo a assessoria do Itamaraty, eles foram abrigados, assim como outros cerca de 1.900 turistas, nos trens da companhia ferroviária peruana, enquanto aguardam resgate dos helicópteros peruanos.

O Itamaraty informou ainda que está em contato com as famílias dos brasileiros ilhados no Peru e que disponibiliza os números de telefone (61) 3411-8802 ou (61) 3411-8805 para quem precisar de informações.

A embaixada tenta contato com os turistas brasileiros, mas diz que não há necessidade de maior assistência ou . Os turistas, afirma o Itamaraty, devem continuar no Peru.

As autoridades utilizam cinco helicópteros das Forças Armadas peruanas para levar água e comida aos turistas isolados e para retirá-los de Machu Picchu até o estádio de Ollantaytambo, de onde voltam aos hotéis pelas estradas que não foram afetadas.

Uma delegação de ministros peruanos, liderados pelo primeiro-ministro Javier Velasquez Quesquen, viajará nesta terça-feira a região de Cusco para supervisionar a ajuda aos cerca de 2.000 turistas ilhados pelas intensas chuvas e enchentes que inundaram estradas e ferrovia da região.

A delegação, segundo a agência de notícias peruana Andina, inclui o ministro de Relações Exteriores e Turismo Martin Pérez, que vai verificar pessoalmente a extensão dos danos causados pelas chuvas ao principal ponto turístico do país, Machu Picchu.

Segundo a Andina, as fortes chuvas causaram ao menos 40 deslizamentos de terra, um dos quais bloqueou a rota entre Machu Picchu e Cusco. O trem para a cidade de Cusco é o único meio de transporte até as ruínas de Machu Picchu e foi suspenso desde sábado, quando foi bloqueado por um dos deslizamentos.

“Estamos pedindo aos turistas que não venham aqui por causa das chuvas”, disse o prefeito Edgar Miranda à rádio CPN.

Estado de emergência

O governo peruano declarou estado de emergência por 60 dias em Cusco e Apurimac por causa das chuvas intensas.

O primeiro-ministro peruano anunciou nesta segunda-feira em entrevista a jornalistas que o alerta inclui as cidades de Calca, Quispicanchi, Cusco Ciudad, Urubamba, Canchis, La Convención e Anta.

Segundo Quesquen, o governo está preparando um decreto para permitir que o governo regional de Cusco utilize a verba da mineração para lidar com a situação de emergência. ‘Para nossos irmãos de Cusco e os turistas, nós queremos informar que estamos tratando esta emergência como nossa prioridade’, disse o primeiro-ministro, citado pela Andina.

Danos

No fim de semana, as chuvas intensas provocaram o desmoronamento de algumas casas e a morte de uma idosa e uma criança, segundo autoridades locais.

As chuvas, frequentes nos Andes peruanos durante o verão na costa do oceano Pacífico, obrigaram o governo central a suspender temporariamente os voos comerciais de Lima a Cuzco devido ao ‘mau tempo’.

As chuvas causaram ainda a cheia dos rios, que destruiu centenas de hectares de plantações, principalmente de milho.