O jornal britânico “The Times” informa, em sua edição de hoje, que o alto comandante militar do grupo radical palestino Hamas, Mahmoud Al Mabhouh, que foi achado morto num quarto de hotel, em Dubai, foi morto por agentes da inteligência israelense.

De acordo com a publicação, os agentes injetaram uma droga que provocou, imediatamente, um ataque cardíaco. Em seguida, ainda conforme o jornal, os agentes fotografaram todos os documentos que o líder do Hamas levava, antes de colocarem na porta do quarto o aviso de ‘não perturbe’ e deixarem o local.

O corpo do palestino, de 50 anos, foi encontrado no dia seguinte, em 20 de janeiro, por empregados do luxuoso Hotel Al Bustan Rotana. Como não encontraram nenhum sinal suspeito, médicos locais atribuíram a morte do líder do Hamas a um ataque cardíaco. Entretanto, nove dias depois, amostras de sangue enviadas a Paris para serem analisadas indicaram a presença de veneno no corpo do miliciano.

O Hamas anunciou por meio de seu porta-voz, em Damasco, que Mabhouh foi “envenenado e eletrocutado” em seu quarto e culpou o serviço de inteligência israelense, Mossad. Já o irmão da vítima, Hussein, 49, que vive em um campo de refugiados, em Gaza, disse que Mabhouh foi morto “por eletrochoque e sufocamento, com um pedaço de tecido”.

Um outro irmão, Fayek al Mabhouh, reforçou as acusações contra Israel em entrevista a uma rádio israelense. “Quem tinha interesse em acabar com ele? Israel. Ele não tinha ligação com nenhuma gangue. Ele não era criminoso”, disse, hoje, a partir de Gaza.

As autoridades de Dubai afirmaram que um “gangue de criminosos profissionais”, portadores de passaportes europeus, estava envolvida.

Mabhouh estava no topo da lista de procurador de Israel desde 1989, quando sequestrou e matou dois soldados israelenses, e era um fundador das Brigadas de Ezzedine al Qassam, braço militar do Hamas, que controla a faixa de Gaza desde 2007.

Interromper o fluxo das armas para Gaza é uma prioridade de Israel. O Exército atacou com bombas os túneis de contrabando que saem do território rumo ao Egito intensamente durante a megaofensiva ocorrida entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.