Na semana passada, o diretor do Presídio Federal, delegado Washington Clark, informou que a detenção de pessoas no local só ocorre com a devida autorização da Justiça Federal. O presídio abriga presos de alta periculosidade como mega-traficantes, assaltantes de banco e pistoleiros de aluguel

Transferido para o Presídio Federal de Campo Grande na sexta-feira passada, o prefeito afastado de Dourados Ari Artuzi (sem partido) deve receber hoje a visita de seu advogado, Carlos Marques. O defensor estava viajando quando o cliente foi transferido da sede do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Seqüestros) para a penitenciária e ainda desconhece as razões que levaram ao remanejamento do prefeito afastado.

Contudo, ele descarta que a transferência tenha sido determinada pela Justiça Federal como foi informado ao Midiamax na semana passada. “A Justiça Federal não tem nada a ver com isso. Não se trata de crime federal. Ele é preso estadual”, esclareceu. Ele acredita que a determinação possa ter partido da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) por uma “questão de comodidade”.

Na semana passada, o diretor do Presídio Federal, delegado Washington Clark, informou que a detenção de pessoas no local só ocorre com a devida autorização da Justiça Federal. O presídio abriga presos de alta periculosidade como mega-traficantes, assaltantes de banco e pistoleiros de aluguel.

Na quarta-feira, antes de deixar o Garras para se submeter a exames no Hospital do Pênfigo, Artuzi recebeu a visita das filhas, segundo informação do advogado. Marques diz que os exames constataram que Artuzi terá de se submeter futuramente a uma cirurgia em razão de uma hérnia.

A reportagem tenta desde a semana passada obter informações junto à Sejusp sobre a transferência de Artuzi.

Prisão abusiva

Conforme o advogado, a prisão de Artuzi é irregular. “Acho que a prisão é mais baseada no clamor da imprensa do que em fatos”, avalia. O TJMS (Tribunal de Justiça) negou o pedido de liberdade a Artuzi alegando, entre outras razões, que poderia haver uma revolta popular em Dourados. “Hoje, a indignação da sociedade é contra a prisão abusiva”, diz Marques.

O TJMS negou também liberdade ao vice-prefeito afastado, Carlinhos Cantor (PR), do ex-secretario e vereador licenciado Cláudio Marcelo Hall, o “Marcelão” (PR), da primeira-dama Maria de Freitas e dos vereadores afastados Humberto Teixeira Júnior (PDT), Sidlei Alves (DEM) e Edvaldo Moreira (PDT). Todos permanecem presos em Dourados. O advogado diz que aguarda apenas a publicação dos acórdãos em Diário Oficial para recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra a prisão do cliente.

Artuzi, o vice-prefeito, a primeira-dama, nove dos 12 vereadores, além de secretários, assessores e empresários foram detidos no dia 1º de setembro na Operação Uragano, da Polícia Federal. O prefeito afastado é acusado de chefiar suposto esquema de fraudes em licitação e distribuição de propina.