A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que tem colaborado com as investigações da Polícia Federal, por “ser grande interessada na apuração dos fatos e na devida correção das possíveis irregularidades”. “A Infraero pauta sua gestão pela máxima transparência e, como empresa pública, tem a obrigação de colaborar com as investigações, o que já vem fazendo e assim continuará”.

A ex-superintendente jurídica da Infraero Josefina Pinha disse que não teve acesso ao relatório final do inquérito, “mas pode intuir que a pressa de concluí-lo, como lhe foi alegado, pode ter levado a equívocos lastimáveis”. Ela afirma que “não elaborou nem rubricou qualquer dos contratos relativos às citadas obras”.

Os advogados criminalistas Renato Vieira e André Kehdi ressaltaram que o indiciamento de Eleuza Lores foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça, que acolheu habeas corpus em favor da ex-diretora de Engenharia da Infraero. “O STJ decidiu que enquanto o Tribunal de Contas da União não der uma palavra definitiva sobre os contratos da Infraero qualquer indiciamento é precipitação”, anota Vieira.

A construtora Norberto Odebrecht diz que “cumpriu rigorosamente suas obrigações contratuais com a Infraero, não havendo qualquer envolvimento da empresa ou de seus funcionários em supostas irregularidades”. E que “está segura de que o comportamento ético e lícito que pauta sua atuação será confirmado pela Justiça”.

“Repudiamos isso com veemência, pois o que se vê ali são fantasias do delegado”, declarou o da Construcap, Aloísio Lacerda Medeiros. “Não sei como ele conseguiu atribuir a uma empresa séria condutas tão graves. Não vi no inquérito policial qualquer ligação com ato de corrupção.” Em nota, a Camargo Corrêa negou “qualquer irregularidade na obra citada e aguarda ser notificada para comprovar a licitude de sua participação no processo”.

O criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que defende a empreiteira Galvão, condenou “mais um inquérito secreto instaurado no Brasil”. Ele destacou que “empresários de bem se veem acusados sem saberem o porquê”. “Esse inquérito teve curso à revelia de todos os interessados que são os diretores das construtoras envolvidas nas obras de vários aeroportos do País”, assinala Mariz.

A Queiroz Galvão informou que “não se manifestará neste momento, pois não teve acesso à integridade do inquérito”. A Mendes Júnior disse desconhecer o indiciamento de representantes da empresa. A Serveng afirma que não tem nenhuma informação sobre o inquérito.

O criminalista Antonio Pitombo, que defende a construtora Beter, aponta erros nos laudos da PF. “Fizemos longa análise dos laudos e verificamos que eles estão errados. Fizemos uma série de questionamentos para erros técnicos e impropriedades dos critérios usados pelos peritos. A investigação precisa ser mais bem feita”, afirmou.

A Enpress afirma que a PF não encontrou “irregularidades nos serviços prestados pela empresa, que é a execução de grooving (ranhuras no asfalto)”.

A Cima diz que “até o momento não tem conhecimento” do inquérito e que prestou serviço para a Infraero em “obras de pequeno porte” nos aeroportos de Uberlância e Uberaba. Por fim, salienta que venceu as concorrências com propostas menores do que o orçado pela Infraero.

Procuradas, as construtoras OAS, Carioca, Via Engenharia, Constran, Gautama, Estacon, Financial e Triunfo não responderam.